Enquanto o mundo vê um crescimento na produção do trigo, o cenário brasileiro lida com plantio em alta, mas demanda fraca
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Segundo o relatório de junho do Sistema de Informação do Mercado Agrícola (Amis), a produção mundial de trigo em 2021/22 deve ser maior do que a do ciclo passado: 785,8 milhões de toneladas contra 774,8 milhões.
Vale ressaltar que esse número é mais otimista do que o apresentado no relatório anterior, que foi de 778,8 milhões de toneladas. A previsão mais positiva é reflexo de uma melhor produção do cereal na Austrália, na China, na União Europeia, no Marrocos e na Rússia.
No Brasil, o ritmo dos negócios no mercado do trigo continua lento, com os moinhos abastecidos e uma demanda fraca. O farelo de trigo para ração é o único que apresentou uma melhora, especialmente por conta do aumento no preço do milho.
No Rio Grande do Sul, o plantio do trigo está em torno de 10% da área esperada, enquanto o Paraná já atinge 71% do território projetado. O estado paranaense ainda espera colher 3,8 milhões de toneladas do produto, uma alta de 22% em comparação ao mesmo período do ano passado.
As boas condições das lavouras brasileiras contribuem para a pressão negativa dos preços. Outro fator que atrapalha a competitividade do trigo nacional no mercado é a queda do dólar, já que a retração cambial favorece a importação do grão.
Um cereal que está apresentando boas condições de mercado em 2021 é a cevada. Somente a Região Sul brasileira deve produzir entre 400 e 500 mil toneladas do produto. No Brasil, o cultivo da cevada é praticamente todo voltado para a fabricação de cerveja e, quando o cereal não atinge o padrão de qualidade exigido, acaba sendo destinado à fabricação de ração animal.
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Segundo um estudo feito no Rio Grande Sul, pela Embrapa Trigo e a Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL), a junção entre genética de qualidade e manejo eficiente do trigo é capaz de reduzir o custo de produção. Ainda de acordo com essa pesquisa, o valor pode ser diminuído em aproximadamente R$ 400/ha sem prejudicar o potencial produtivo dos grãos.
Os resultados foram encontrados com base na avaliação de duas linhas de manejo do trigo na safra 2020. Em uma, o objetivo era a redução da população de plantas e, na outra, era feito com o uso racional de fungicidas, aproveitando fatores da genética como aliados.
Assim, a economia encontrada de R$ 400 por hectare é a soma de R$ 140/ha em sementes e R$ 275/ha em fungicidas. Para se ter uma ideia da redução de valor que essa associação representa, o estudo usou como exemplo os 900 mil hectares de trigo cultivados no Rio Grande do Sul em 2020. Nesse caso, seriam economizados R$ 360 milhões em sementes e fungicidas. Valor que pode ser usado para investir em tecnologias que aumentam o potencial das lavouras e melhoram todo o sistema produtivo da fazenda.
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Fonte: CCGL, Agência Safra.