Crise hídrica: conheça o histórico e a perspectiva para o agro - Summit Agro

Crise hídrica: conheça o histórico e a perspectiva para o agro

26 de julho de 2021 4 mins. de leitura

Entenda a situação atual da crise hídrica no Brasil e quais são os setores que mais consomem água

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O Brasil está passando por uma das maiores crises hídricas da sua história. A situação é uma consequência da irregularidade nas precipitações e de alguns períodos de seca. Os dados apresentados pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) estimam que o País esteja vivendo o menor índice de chuva dos últimos 91 anos. 

A crise hídrica histórica que está sendo vivida em 2021 não é um caso isolado. O Brasil já havia passado por uma situação semelhante recentemente, em 2014. Naquele ano, a falta de água também gerou uma crise, que afetou de maneira especial a Região Sudeste do Brasil. 

Uma das regiões mais afetadas pela atual crise é a Centro-Sul brasileira, que deve ter um longo período de seca. A baixa pluviosidade, que acontecerá entre os meses de junho e setembro, já era esperada pelo Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), mas as previsões mais atualizadas mostram um agravamento da situação. 

Contas altas e racionamento devem ser constantes para a população do Centro-Sul brasileiro. (Fonte: Shutterstock/WAYHOME studio/Reprodução)
Contas altas e racionamento devem ser constantes para a população do Centro-Sul brasileiro. (Fonte: Shutterstock/WAYHOME studio/Reprodução)

Setores que mais sofrem com a crise hídrica

A água brasileira é principalmente dividida em quatro setores: a indústria, a mineração, a população e o agronegócio. Portanto, os quatro grupos são os mais afetados pela seca.

Em consequência da crise hídrica, a população, que consome cerca de 4% do total de água utilizado no País, deve sofrer com as contas de água e luz mais caras (consequência da falta de água nas usinas hidrelétricas), além de um aumento no preço dos alimentos. 

Os setores da indústria e da mineração também devem ter que se adaptar à seca, já que juntos são responsáveis pelo consumo de 12% do recurso natural no Brasil, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). Fechando a lista, o agronegócio é responsável por cerca de 70% do consumo hídrico brasileiro, de acordo com a agência. 

Por conta disso, a falta de água deve trazer problemas para o agro, que pode passar por uma situação de perda em algumas safras em decorrência da seca, a exemplo do que aconteceu com os cultivos de feijão, em Goiás, e de milho, em São Paulo. 

Entretanto, a situação também é um alerta sobre a forma como se consome o recurso natural durante os períodos de estabilidade.

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O agronegócio é vilão durante a crise hídrica?

Vale ressaltar que o agro em geral não é o vilão, mas sim a “monocultura (que exaurem os recursos do solo) e os setores que usam muito veneno”, afirmou Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da ONG SOS Mata Atlântica. O desperdício durante a irrigação é outra responsabilidade do setor.

Soluções sustentáveis para o agro

Além de fazer uma irrigação responsável e evitar o esgotamento do solo, o agronegócio tem algumas outras opções para se tornar mais sustentável hidricamente. Entre as alternativas, estão as águas de reúso, a dessalinização da água do mar, a captação da água de chuva, a despoluição e a transposição de rios. 

A captação e a reutilização de água da chuva são opções sustentáveis para a irrigação na agricultura. (Fonte: Shutterstock/Bianca Grueneberg/Reprodução)
A captação e a reutilização de água da chuva são opções sustentáveis para a irrigação na agricultura. (Fonte: Shutterstock/Bianca Grueneberg/Reprodução)

Assim, o represamento de águas de chuva e de pequenos cursos do recurso natural surgem como boas opções para o agronegócio brasileiro. Também é importante cuidar e tratar as nascentes dos cursos-d’água, sendo crucial uma participação coletiva dos produtores da região. 

A colaboração e a conscientização dos agricultores e pecuaristas promove uma irrigação mais responsável, com menos desperdício de água, uma melhor produtividade das culturas e dos resultados positivos no meio ambiente. 

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Fonte: Cepea, Agro em Dia, Abam.

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