IPCA: inflação de maio é a maior em 25 anos - Summit Agro

IPCA: inflação de maio é a maior em 25 anos

11 de junho de 2021 3 mins. de leitura

A taxa atingiu 0,83%, superando a expectativa do mês, e o acumulado do ano chegou à marca de 3,22%. Confira alimentos que puxaram o índice para cima

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial no Brasil, saltou de 0,31% em abril para 0,83% em maio, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na quarta-feira (09). 

Este é o maior resultado para o mês de maio desde 1996, quando a taxa registrada foi de 1,22%. Com isso, o IPCA do ano ficou em 3,22% e de 8,06% no acumulado dos últimos 12 meses. Os resultados estão bem acima da meta estabelecida pelo Banco Central do Brasil (Bacen) para a inflação acumulada em 12 meses, que é de 3,75% — com margem de tolerância entre 2,25% e 5,25% (1,5 ponto para mais ou para menos).

Alta de energia

A disparada da inflação em maio foi liderada pela energia elétrica, que de acordo com o IBGE, respondeu sozinha por 0,23 ponto percentual do IPCA. A alta se deve aos reajustes que aconteceram no final de abril e também devido à bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora. 

Energia elétrica liderou a alta da inflação em maio. (Fonte: Pexels/Pok Rie/Reprodução)
Energia elétrica liderou a alta da inflação em maio. (Fonte: Pexels/Pok Rie/Reprodução)

Custo de alimentos no acumulado

O IPCA acumulado em 12 meses saltou de 6,76%, em abril, para 8,06%, em maio, e o consumidor está sentindo esse aumento quando vai ao mercado. Os alimentos que registraram maiores altas no período foram: óleo de soja (86,87%), feijão fradinho (58,04%), arroz (51,83%), repolho (37,74%), bem como cereais, leguminosas e oleaginosas ( 37,52%). 

As carnes registram alta de 38%, sendo que os principais aumentos foram de: músculo bovino (44,50%), costela (44,24%), lagarto redondo (43,88%), peito (43,19%), pá (42,87%), acém (40,61%), patinho (38,95%), lagarto comum (38,62%), contrafilé (37,23%) e chã de dentro (36,70%). As maiores quedas no acumulado em 12 meses foram de cenoura (-27,13%), cebola (-25,14%), batata-inglesa (-18,36%) e abacate (-15,76%).

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O grupo de alimentação e bebidas teve alta de 0,40%, em abril, e, em maio, registrou inflação de 0,44%. Os preços na alimentação dentro de casa desaceleraram, em grande parte devido à queda do valor das frutas (-8,39%) e da cebola (-7,22%). No entanto, o aumento das carnes elevou o custo da alimentação fora de casa, que teve alta de 0,98% em maio.

O aumento no custo de proteína elevou o valor da alimentação fora de casa. (Fonte: Pexels/Raul Corrado/Reprodução)
O aumento no custo de proteínas elevou o valor da alimentação fora de casa. (Fonte: Pexels/Raul Corrado/Reprodução)

Na opinião do gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov, a proteína é um dos motivos do aumento dos custos na alimentação fora de casa. “Normalmente, quando se faz uma refeição fora de casa, há mais o consumo de componentes como o pão, a carne e o arroz do que, por exemplo, as frutas. Outro aspecto é o possível aumento de demanda. Abril foi um mês em que houve intensificação das medidas restritivas. Já maio, por ter tido uma abertura maior, pode ter influenciado o aumento da demanda”, ele afirmou, durante a divulgação dos resultados. 

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Fonte: Reuters.

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