Brasil é o 3º maior produtor mundial de pimenta-do-reino e se destaca pela qualidade dos grãos livres de contaminantes físicos, químicos e biológicos
Publicidade
Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País
A pimenta-do-reino é originária da Ásia, mas encontrou boas condições de desenvolvimento no Brasil, onde pode ser cultivada de forma orgânica. O País se destaca como o terceiro maior produtor global da especiaria, tendo colhido 109 mil toneladas em 2019, de acordo com o levantamento da Produção Agrícola Municipal (PAM) realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Pará tem a maior área plantada nacional, com mais de 16 mil hectares, o que representa 45% do total. Apesar disso, o estado é o segundo maior produtor, respondendo por apenas 32,47% da pimenta-do-reino brasileira. Com área um pouco menor, o Espírito Santo responde por 57,25% da produção nacional, mostrando que a quantidade pode ser um grande diferencial na lavoura.
Por esse motivo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou um guia de boas práticas agrícolas para a pipericultura paraense com o objetivo de difundir tecnologias e informações para aumentar a produtividade, a qualidade e a competitividade no estado. O documento foi elaborado pela empresa Tropoc, que exporta pimenta-do-reino para a Europa e os Estados Unidos.
A pimenteira-do-reino é uma trepadeira que necessita de calor e de abundância de água, e seu cultivo pode ser realizado em propriedades pequenas, com atividades compatíveis com a agricultura familiar. Na lavoura, é possível combinar a produção de plantas com diferentes características, mas a variação preta é a mais interessante por sua elevada demanda e baixa exigência de trabalho.
O plantio deve ser realizado no início da estação chuvosa com tutores de cerca de 3 metros e enterradas a 50 centímetros. O uso do tutor vivo de gliricídia (árvore leguminosa nativa da América Central) reduz em quase 30% o custo de implantação em comparação ao sistema com estacas de madeira.
Em seus primeiros dias, o pimental precisa de rega abundante e deve ser protegido da insolação com cobertura ou folhas grandes, como de palmeira. Após a quinzena inicial, a irrigação por gotejamento ou por microaspersão é a mais indicada.
Leia também:
Pimenta-do-reino: conheça mais sobre o manejo e o mercado
Agrotóxicos: quais alimentos têm mais resíduos
Adubação foliar: o que é e como fazer
A fusariose ou murcha amarela é a principal doença encontrada e pode diminuir a produção e a vida útil da lavoura. Provocada por um fungo, a condição pode levar um pimental à morte em pouco tempo. Para prevenir a ocorrência, deve-se escolher uma muda sadia de viveiro credenciado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e evitar o encharcamento das raízes. Caso seja identificado o problema, as plantas atingidas devem ser retiradas e queimadas fora da lavoura.
As principais pragas associadas ao cultivo de pimenta-do-reino são bicudo-da-pimenta-do-reino, pulgões e cochonilhas. Para controlar os insetos deve ser realizado um monitoramento contínuo dos pimentais e a erradicação das plantas hospedeiras para evitar a reinfestação, além do controle biológico natural.
A produção comercial se inicia no segundo ano e alcança a capacidade máxima no quarto ano. A colheita é realizada semestralmente. O estágio de maturação dos cachos, com coloração que varia do amarelo ao vermelho, e o processo de secagem determinam a cor da pimenta.
Os cachos são colhidos e debulhados manualmente e em seguida são colocados para secar ao sol ou em secadores a lenha. Os frutos devem ser revolvidos com auxílio de madeira cerca de quatro vezes por dia para secagem homogênea. O processo completo demora de três a cinco dias, quando os frutos devem ser armazenados em sacos de aniagem ou polipropileno para comercialização.
Não perca nem um fato que acontece no agronegócio. Inscreva-se em nossa newsletter.
Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Tropoc, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).