Depois de um ano com forte impacto negativo da pandemia, setor de hortifrúti espera retomada de investimentos em 2021
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A crise sanitária provocada pelo coronavírus foi o principal fato de 2020 e deve continuar influenciando o mercado agropecuário, inclusive de hortifrúti, em 2021. Isso é o que aponta o Anuário 2020-2021 da revista Hortifruti Brasil em sua última edição publicada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Apesar do impacto generalizado e da continuidade de seus efeitos, frutas e hortaliças foram afetadas de forma diferente pela crise. Na maioria dos produtos, o resultado foi negativo, com redução do consumo e dos mercados, Entretanto, em alguns casos, como as frutas frescas brasileiras, oportunidades foram abertas no mercado externo por conta da conjuntura.
As perspectivas para cada produto são diversas, mas de forma geral positivas, tanto pela expectativa de retomada de atividades e do crescimento quanto pelo ganho de eficiência das cadeias nacionais e da necessidade de hábitos mais saudáveis no pós-pandemia.
Durante a pandemia, a cadeia de alimentação, ainda que seja um segmento essencial da economia, sofreu com grandes interrupções por conta da restrição parcial da comercialização e de mudanças nos hábitos de consumo, afetando diretamente o comércio de frutas e hortaliças.
No mercado interno, o impacto foi sentido de forma mais forte no período de maior isolamento social, entre fim de março e de maio, quando feiras livres foram suspensas e restaurantes foram fechados ou funcionaram somente com delivery. Apesar da retomada do comércio no fim de 2020, o setor ainda sofria com redução de vendas, em especial para hotéis, escolas e restaurantes.
Já nas exportações, as frutas frescas brasileiras tiveram bom desempenho, favorecido pela valorização do dólar frente ao real, pela demanda externa aquecida e pela menor disponibilidade de produtos no mercado internacional.
As previsões para a economia brasileira em curto e médio prazos não são muito animadoras. Ainda que haja crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 3,5% em 2021, o País não deve se recuperar totalmente da queda de 2020. Para os próximos cinco anos, projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil indicam desemprego elevado, economia travada, baixo investimento e crescimento da dívida pública.
Apesar disso, investidores estão confiantes com a imunização da população contra o coronavírus, a qual já foi iniciada no exterior e deve começar no início de 2021 no Brasil. Produtores de hortaliças esperam uma retomada de investimentos para compensar parte das perdas de 2020, com destaque para os segmentos industriais de batata e tomate.
O setor de frutas deve aproveitar os rendimentos das exportações para investir na produção, especialmente no caso da manga e da uva de mesa no Nordeste. De modo geral, as frutas foram menos afetadas do que as hortaliças e devem apresentar estabilidade, com exceção da melancia, que pode ter uma retomada em 2021 visando à recuperação da queda em 2020.
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Fonte: HF Brasil.