Governo anunciou investimento para dobrar participação da ferrovia na logística da cadeia produtiva da agropecuária, barateando custos para o setor
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A participação do custo da logística no preço final do agronegócio brasileiro é mais elevado do que o dos seus concorrentes, mesmo assim o Brasil é destaque mundial na produção e na exportação de alimentos. Em 2019, o setor produziu R$ 1,5 trilhão, o que representa 21,4% do PIB brasileiro, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária Brasileira (CNA).
No entanto, a cadeia produtiva enfrenta gargalos logísticos, que compromete a competitividade dos produtores. A expectativa para a Safra 2020 no País é de colher 251 milhões de toneladas de grãos, produzidas em 8 milhões de quilômetros quadrados, o que corresponde a 7,8% do território nacional. O caminho da produção passa, principalmente, do centro do Brasil aos centros consumidores e portos no litoral para exportação da produção.
O transporte desses produtos custa R$ 40 bilhões por ano, sendo que o escoamento é feito 65% por meio de rodovias — por mais que os caminhões tenham menor capacidade de transporte do que os trens.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, anunciou um “boom ferroviário” para equiparar o esforço dos investimentos do setor agropecuário e dobrar a participação das ferrovias na matriz logística do agronegócio brasileiro, reduzindo custos e melhorando a eficiência do transporte da produção agropecuária do País.
Durante participação no 19o Congresso Brasileiro do Agronegócio, o ministro afirmou que o governo investirá R$ 40 bilhões para aumentar a eficiência do transporte utilizando trens, o que representa o mesmo volume gasto pelo agronegócio para transportar a safra de grãos.
O ministro também anunciou o investimento de R$ 1,9 bilhão em acesso ferroviário e rodoviários aos portos nos próximos anos, melhorando a integração entre os modais no sistema logístico. Para ampliar a capacidade de investimento, antigos e novos portos poderão ser concedidos à iniciativa privada
A produção da soja no Brasil, por exemplo, gasta cerca de quatro vezes mais em transporte do que a média de alguns países, como Estados Unidos e Argentina, para escoar sua produção até os portos. Somente o complexo brasileiro da soja exportou US$ 34,78 bilhões em 2019, o que corresponde a aproximadamente R$ 180 bilhões.
O custo dessa logística pode representar até 15% do preço final da soja, por exemplo, fazendo com que o grão brasileiro perca competitividade no mercado internacional. O aumento da eficiência no transporte, com a redução de custos por meio de ferrovias, pode representar um crescimento das exportações e o fortalecimento da economia brasileira.
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Fonte: Ipog, Ipea, Summit Agro, Abagrp e Banco Central do Brasil.