Tensiômetro: para que serve e como utilizar nas plantações?

27 de janeiro de 2023 4 mins. de leitura
Tensiômetro proporciona economia de água na irrigação da plantação, mas apresenta limitações no cultivo de áreas maiores

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A invenção do tensiômetro completou cem anos em 2022 com uma importante contribuição para a economia de água na irrigação de plantações. O dispositivo fornece um retrato exato da situação hídrica do solo, mas necessita da interpretação correta dos dados obtidos para ser realmente útil para o agricultor.

De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), dois terços dos produtores rurais brasileiros já usaram o equipamento para irrigar cultivos. A ferramenta evoluiu de medidores à base de mercúrio para a interpretação mecânica e até digital; ainda assim, pode ser substituída por outras soluções.

Conheça o tensiômetro e como o usar nas lavouras.

O que é tensiômetro?

Tensiômetro instalado no chão
Tensiômetro deve ser instalado com cuidado, para que forneça leituras precisas. (Fonte: IDR-Paraná/Reprodução)

Tensiômetro é um dispositivo que mede a tensão da água retida pelo solo. Dessa forma, consegue fornecer informações em tempo real para verificação da umidade subterrânea e definição do manejo de irrigação em uma plantação, além de proporcionar economia de água entre 25% e 40% em relação às áreas sem o equipamento.

Ele é formado por um tubo de acrílico ou de policloreto de vinila (PVC), com uma cápsula de porcelana porosa na ponta, posicionada na mesma profundidade das raízes dos cultivos (tensiômetro de controle) ou na metade dessa profundidade (tensiômetro de decisão). Um tampão e um vacuômetro na parte superior são usados para realizar a leitura dos dados.

Como o tensiômetro pode beneficiar as culturas?

Além de permitir o acompanhamento em tempo real da umidade do solo, o tensiômetro é um equipamento fácil de instalar e pode ser encontrado em mercados especializados em produtos agrícolas em qualquer parte do mundo.

O dispositivo permite o manejo mais eficiente do uso da água, pois proporciona o acompanhamento pontual nas plantações. Dessa forma, favorece o desenvolvimento mais eficaz das culturas, de forma mais econômica e sustentável.

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Desvantagens do tensiômetro

Pessoa branca vestindo galochas amarelas e jeans azul no meio de uma plantação, aferindo com um aparelho a quantidade de água no solo
Dispositivo requer manutenção constante, o que pode inviabilizar o uso em grandes áreas. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Para ser eficiente, o tensiômetro precisa ser instalado em diversos pontos e ter leituras manuais realizadas diariamente, uma vez que não tem qualquer tipo de automação. Dessa forma, as medições acabam tomando bastante tempo, principalmente se a lavoura for grande e tiver pivôs distantes.

O equipamento precisa de mão de obra especializada para a operação e requer manutenção constante, pois acumula ar com facilidade, o que pode impactar os resultados. Além disso, a ferramenta não pode ser usada em solos argilosos.

Como utilizar o tensiômetro?

Antes de instalar na lavoura, é necessário preparar o tensiômetro. O tubo deve ser enchido com água, e a cápsula de porcelana precisa ficar imersa no líquido por 24 horas. Depois, é necessário realizar a escorva do tensiômetro, retirando o vácuo com uma bomba.

Então, ele deve ser transportado para a área de cultivo com a cápsula imersa em água. O equipamento deve ser instalado em pares, na profundidade das raízes e na metade dessa profundidade, entre as fileiras do plantio ou próximo às plantas.

Um trado de mesmo diâmetro do tensiômetro deve ser usado para abrir o orifício de entrada do dispositivo no solo. Após a introdução do equipamento, é necessário completar a entrada com terra fina e um pouco de água. As leituras devem ser realizadas antes das irrigações.

Alternativas ao tensiômetro

Embora ainda seja muito utilizado, o tensiômetro pode ser substituído por outros equipamentos. A sonda de nêutrons pode ser usada para determinar o conteúdo de água do solo a partir de radiação. Pelos potenciais danos à saúde humana, essa opção é rigorosamente regulada e fiscalizada.

Já os sensores de reflectometria (FDR e TDR) usam ondas eletromagnéticas para fornecer leituras precisas em diferentes profundidades de forma automatizada. No entanto, necessitam de calibração e têm custo elevado.

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Fonte: Cursos CPT, Irrigação, Irrigat, Raks, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

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