Ícone do site Canal Agro Estadão

Soja não transgênica deve crescer na próxima safra

Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País

A soja convencional ocupa 900 mil hectares, o que corresponde a apenas 2% da área total dedicada ao grão no Brasil. No entanto, a demanda da União Europeia e da Ásia pela variedade não transgênica tem crescido, por isso as lavouras brasileiras sem modificação genética devem aumentar nos próximos anos.

Grande parte da produção tem como destino a ração animal devido ao alto valor proteico. A soja consumida in natura na alimentação humana é uma parcela muito pequena da colheita total, mas exige um rigor maior na manipulação genética, proporcionando um prêmio maior para a commodity premium.

A maior quantidade da soja convencional tem como destino a produção de leite de soja, farelo e farinha, que se tornam hambúrgueres de fast-food, tofu e outros produtos. O grão também é utilizado para ração destinada a um público com poder de compra maior, como salmão do Chile e da Noruega e porcos e gado da Europa.

Para 2022, o Instituto Soja Livre estima que a área de soja convencional deve crescer entre 5,6% e 8% no Mato Grosso, estado responsável por mais da metade da produção nacional. Em Minas Gerais, o grão não transgênico pode avançar 40 mil hectares em novas áreas e 25 mil hectares no Tocantins.

Leia também:

Soja: como será a safra 2021/2022?

Em busca da soja mais proteica

Agroindústria é a principal responsável pela expansão da soja

Vantagens da soja convencional

BRS 314 é indicada para o oeste da Bahia. (Fonte: Geraldo Estevam de Souza Carneiro/Embrapa/Reprodução)

A soja convencional não tinha variedades com nível de produtividade para competir com os transgênicos; no entanto, essa relação tem sido invertida. O grão não transgênico, além de permitir pagamentos superiores, proporciona uma rotação de culturas e de herbicida, podendo enfrentar infestações de plantas daninhas resistentes a glifosato.

O grão convencional é o único permitido por lei para ser plantado em áreas limítrofes a parques nacionais. Algumas novas variedades têm potencial produtivo maior, resistência a seca, permitem a redução de uso de agrotóxicos e têm ciclos precoces. Além disso, não é necessário pagar royalty, o que torna a produção não transgênica mais barata.

Os custos produtivos são semelhantes entre a soja convencional e transgênica, ficando em média a R$ 3,4 mil por hectare. Os mesmos insumos podem ser aplicados nos dois tipos de lavoura, e o manejo também é parecido, por isso muitos produtores têm uma parcela de soja sem modificação genética em suas propriedades rurais.

Novas variedades de soja convencional

Embrapa mantém 13 unidades demonstrativas de soja convencional no Mato Grosso. (Fonte: Gabriel Faria/Embrapa/Reprodução)

Em 2022, pelo menos mais 13 variedades estarão disponíveis para o sojicultor a partir do Instituto Soja Livre (ISL). Entre elas, a BRS 7582, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), um cultivar convencional com ciclo precoce de 100 dias no Mato Grosso, 107 na Bahia e 115 no Distrito Federal e nas regiões de adaptação em Minas Gerais e Goiás. A estatal está desenvolvendo outras variedades para serem lançadas no ano que vem.

A Ansc 72050, produzida pela Agro Norte Pesquisa e Sementes, chega a ter ciclo de 90 dias no Tocantins e 125 dias no Mato Grosso do Sul. A empresa tem um portfólio com cinco variedades convencionais, algumas com potencial produtivo superior a cinco toneladas por hectare. Outro lançamento recente é a TMG 4377, indicada para cultivares precoces com alto potencial produtivo, boa capacidade de crescimento, abertura de plantio, alto peso de grãos e resistência a cisto.

Fonte: Instituto Soja Livre (ISL), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Agronorte Pesquisa e Sementes, TMG.

Sair da versão mobile