Agricultura digital está acessível também para pequenos e médios produtores, afirma especialista
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O futuro da produção agrícola passa pelo conceito de agricultura digital. A tecnologia permite benefícios como maior produtividade, melhor desempenho e mais sustentabilidade no campo. No entanto, o investimento ainda pode parecer distante para muitos agricultores.
Para esclarecer o assunto, o Summit Agro entrevistou o especialista em Tecnologia e Inovação, Arthur Igreja. Para ele, a agricultura digital está acessível para produtores agrícolas de todos os tamanhos.
Igreja tem uma atuação profissional em mais de 25 países. Anualmente, ministra mais de 150 palestras no Brasil, Estados Unidos e Europa, que têm como temas a convergência nos negócios e as inovações no cooperativismo, entre outros assuntos.
“O primeiro passo é definir qual é o objetivo que o produtor agropecuário está buscando com a digitalização da agricultura”, esclarece o especialista. “Antes de tudo, é fundamental ter um objetivo claro. A implantação da agricultura digital não pode ser uma busca desenfreada por tecnologia”, ele alerta.
Arthur ressalta que o produtor “tem que se questionar se ele quer aumento de produtividade, melhor uso dos insumos ou verificar qual é a cultura mais aderente”. Dessa forma, pode direcionar a implantação do sistema de acordo com seus objetivos.
Os resultados só serão alcançados se houver investimento e a plataforma de dados que o fabricante oferece for utilizada. Caso contrário, o produtor pode investir em um equipamento que não utilizará ou fará uso de forma ineficiente.
Além disso, mesmo que as máquinas utilizadas não sejam de extrema complexidade, profissionais especializados são necessários na propriedade agropecuária para fazer uso adequado dessas tecnologias. “É interessante, também, analisar o uso dessa digitalização por outros parceiros”, sugere Arthur Igreja.
“O ponto de partida para implantação da agricultura digital na propriedade é ter uma boa base de dados”, afirma Igreja. “Muitas vezes, o agropecuarista não consegue utilizar a tecnologia de forma que ela dê resultados. Por isso, é importante ter um sistema de gestão, com registro do insumo, da produtividade, entre outros controles”, ele completa.
“Os dados são primordiais para requintar a agricultura digital”, o especialista diz. Porém, também é importante conhecer gestão básica de informações, por exemplo um sistema integrado de gestão empresarial (ERP). Existem muitas tecnologias agronômicas que já trazem embutida soluções digitais.
Os principais instrumentos da Agricultura 4.0 são os sistemas de gestão de informação e de agricultura de precisão, segundo Arthur Igreja. “Alguns equipamentos de coletas de dados, que estão dentro dos maquinários, e informações por satélites também serão muito úteis”, ele lembra.
A agricultura digital também pode se beneficia com melhoramentos genéticos das plantas. “A tecnologia biogenética pode ser utilizada para conseguir melhores sementes e defensivos mais eficientes”, ressalta o especialista.
“Para a implantação e utilização de um sistema de agricultura digital, não existe um valor predeterminado para investimento”, explica Igreja. “O leque de opções vai desde um software muito simples para começar a fazer a gestão até o inimaginável. Tudo depende do apetite e do bolso”, ele comenta.
Não importa o tamanho do produtor agrícola, ele pode investir em soluções digitais para a sua lavoura. O especialista afirma que “cada vez mais pequenos e médios agricultores também têm acesso a toda essa gama tecnológica e podem se beneficiar com a digitalização”.
Os produtores podem ter a redução do risco como principal benefício da utilização de agricultura digital. Esse é um dos principais problemas da produção agropecuária, que está sujeita a intempéries naturais e variações do mercado.
“Com a agricultura digital, é possível ter uma análise mais preditiva da propriedade para conseguir tomar atitudes no momento certo”, explica Arthur. “Com o sistema, é possível saber a hora correta do plantio e da colheita, ter informações integradas com o mercado, aumentar a produtividade e a saúde financeira da propriedade, além de melhorar a gestão dos estoques e dos recursos”, ele completa.
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Fonte: Startagro, Aegro e Boas Práticas Agronômicas.