Cidades com forte participação do agronegócio apresentam geração de empregos acima da média nacional, de acordo com levantamento
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Um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que as cidades que têm forte participação do agronegócio estão conseguindo gerar empregos formais acima da média nacional. De janeiro até setembro, o Brasil apresentou retração de 1,5% a 2% no número de vagas formais; enquanto isso, na média dos 100 municípios que mais geraram vagas no período, o emprego formal cresceu 9,5% no período.
Quando consideradas as cidades com forte participação agropecuária, o aumento pode ser ainda maior. Por exemplo, em Ortigueira (PR), com 22 mil habitantes, a expansão do emprego foi de 33% até setembro.
A pesquisa foi realizada com base no cruzamento de informação da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério da Economia, com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Nenhuma capital está incluída entre os 100 municípios que mais ampliaram a quantidade de postos formais de trabalho, mostrando o dinamismo das cidades do interior. “Isso revela que a economia brasileira, hoje, depende mais do que nunca do agronegócio para não ter um desempenho ainda pior”, diz Fábio Bentes, economista-chefe do CNC e responsável pelo levantamento.
Entre os 100 municípios que mais expandiram as vagas formais, 26 estão nos três Estados que também mais aumentaram a receita agrícola na safra 2019/2020. Em primeiro lugar está o Paraná, com 11 cidades, seguido por Goiás (9) e pelo Mato Grosso (6).
O Paraná foi o Estado que registrou, segundo estudo da MacroSector Consultores, o maior avanço na receita de grãos neste ano (53,8%), seguido por Goiás (36,3%) e Mato Grosso (33,2). Esses três Estados respondem por 14% dos trabalhadores formais do País. Quando considerados os 100 municípios que mais geraram vagas formais, essa fatia sobe para 26%.
O agronegócio responde por cerca de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e, apesar da crise e da instabilidade econômica, continua faturando bilhões em receita, abrindo oportunidades de desenvolvimento e gerando efeito positivo na criação de postos de trabalho em outros setores.
Enquanto o PIB nacional registra baixo desenvolvimento ao longo de 2020, o setor agropecuário tem crescido a passos largos, puxado pela demanda internacional de soja, milho e proteína animal. No acumulado entre janeiro e julho, o crescimento do setor foi o maior da série histórica. O agronegócio aumentou 6,75% no período, apesar da crise causada pela pandemia.
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Fonte: Canal Agro