10 megatendências para a pecuária bovina até 2040

13 de julho de 2022 5 mins. de leitura
A pecuária bovina brasileira terá um cenário de aumento de complexidade na cadeia produtiva, o que deve mudar totalmente o setor nos próximos 20 anos

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A pecuária bovina brasileira deve aumentar sua complexidade nos próximos 20 anos, de acordo com a avaliação do pesquisador Guilherme Malafaia, coordenador do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CIcarne) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Corte.

Em uma live promovida pelo Instituto Desenvolve Pecuária, o especialista apresentou os desafios futuros para a produção de carne bovina, indicando os principais caminhos que devem proporcionar uma transformação radical no setor até 2040.

Confira quais são as dez megatendências para a pecuária bovina.

1. Produtos biológicos

(Fonte: Shutterstock/Reprodução)
O controle químico de pragas de animais deve ser substituído por produtos biológicos. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A sanidade bovina, como o controle de carrapatos, é garantida atualmente com produtos químicos. No entanto, há uma necessidade de redução dos resíduos da carne e do desenvolvimento de novas moléculas, que favorecem a produção de fármacos biológicos. Essa tendência diminui os riscos de embargos comerciais e de contaminação ambiental.

2. Biotecnologia

O melhoramento genético vai contribuir para ganhos de resistência animal, maior produtividade e precocidade de produção, além de uma melhoria na qualidade da carne. As principais biotecnologias estão relacionadas à inseminação artificial, transferência de embriões, fertilização in vitro e edição genética.

3. Mudança no modo de produção

O Brasil tem cerca de 200 milhões de áreas de pastagens para a criação de 220 milhões de cabeças. O número de bovinos vai crescer enquanto haverá uma redução das áreas de pastagem. A diversificação da produção, com técnicas como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), proporcionará uma elevação do patamar tecnológico da pecuária de corte.

4. Bem-estar animal

O respeito ao bem-estar animal será um requisito básico em toda a cadeia produtiva da proteína, incluindo o manejo na propriedade, no transporte e no frigorífico. A expansão digital e a exigência dos consumidores favorecem as boas práticas produtivas, que serão imprescindíveis para a aceitação do produto no mercado doméstico e no internacional.

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5. Sustentabilidade

(Fonte: Shutterstock/Reprodução)
As práticas sustentáveis acompanham as exigências dos consumidores. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Os consumidores brasileiros e internacionais também passarão a exigir produtos mais naturais, com a adoção rigorosa de procedimentos que garantam a sustentabilidade da carne bovina. Toda a cadeia produtiva, sobretudo os frigoríficos, terão de se adaptar a uma maior exigência na aquisição de matéria-prima e aos sistemas de controle nas propriedades.

6. Denominação de origem

A maior competitividade no mercado de carne levará à necessidade de diferenciação dos produtos. A denominação de origem, comum nos vinhos e queijos, é uma importante ferramenta para agregar valor à proteína. A carne também poderá ter denominações relacionadas aos cortes e porcionamentos para atender à gastronomia mais exigente.

7. Exportação

A posição do Brasil de maior exportador de carne bovina deverá ser consolidada nos próximos 20 anos, mas terá contornos diferentes. O País ganhará destaque nos embarques de animais vivos para abate, cortes de carne e de subprodutos, atingindo mercados de diferentes níveis de maturidade, dos emergentes aos mais sofisticados.

8. Transformação digital

A transformação digital atingirá toda a cadeia produtiva de proteína bovina, em especial nos processos de distribuição. A gestão tecnológica deve eliminar os gargalos de produção, tanto nas propriedades quanto nos frigoríficos, a robótica alterará o processamento da carne de boi reduzindo os custos e aumentando a produtividade, garantindo a qualidade do produto.

9. Profissionalização

A atuação da produção extrativista será limitada pelas maiores exigências de investimentos e controle, refletindo as novas demandas dos consumidores. As transformações na pecuária bovina devem eliminar do mercado metade dos produtores que não acompanharem a profissionalização com as novas ferramentas de tecnologia e gestão.

10. Falta de mão de obra qualificada

A urbanização da população brasileira continuará crescendo. A automação de atividades reduzirá o impacto da mão de obra no campo, mas exigirá profissionais capacitados em ferramentas mais avançadas para questões como a Internet das Coisas (IoT), mas que ainda são raros na pecuária bovina.

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Fonte: Instituto Desenvolve Pecuária, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Agência IBGE de Notícias

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