Startups apresentam soluções para o setor de ILPF

26 de maio de 2021 4 mins. de leitura
Selecionadas em evento do Mapa, dispõem de tecnologias para rastreabilidade, gestão e nutrição de plantas

A sustentabilidade virou fator determinante na produção agropecuária no Brasil e as startups estão de olho nisso. Com agilidade, apresentam soluções tecnológicas para ampliar a produtividade, a rastreabilidade e a gestão nas fazendas. É o caso da Ecotrace, da Jetbov e da

Krilltech, finalistas do programa ILPF Conecta, do II Congresso Mundial sobre Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, realizado em 4 e 5 de maio pelo Ministério da Agricultura. A iniciativa envolveu uma rodada de demonstração de soluções que integram atividades agrícolas, pecuárias e florestais em uma mesma área  e funcionou como uma oportunidade de viabilizar aportes de recursos para esses negócios. 

Por atender à demanda de maior transparência nas cadeias produtivas, a Ecotrace foi destaque, ao apresentar um sistema de rastreabilidade com tecnologia blockchain, que mapeia informações de todos os elos da cadeia, do produtor ao consumidor. A primeira aposta da startup foi no mercado de carne bovina, no qual a questão ambiental é ponto nevrálgico. A head de Inovação da empresa, Maria Paula Castro, conta que é a complexidade da cadeia que dificulta, para as grandes empresas, o processo de identificação de todos os pecuaristas fornecedores de gado, já que a produção de bovinos não é centralizada em uma única fazenda, sendo dividida em fazendas de cria, recria e engorda ou as três ou duas atividades juntas.

“A gente começa a partir da indústria e vai expandindo para os outros participantes. Ao passo que os frigoríficos são mais cobrados e começam a exigir conformidade ambiental de todos os seus fornecedores, os produtores aderem à plataforma de maneira voluntária”, explica.

“Além de rastrear origem dos animais, nossa tecnologia permite ao criador acompanhar abate ao vivo e online”

Maria Paula Castro, head de Inovação da Ecotrace

Dados são incluídos na nossa plataforma e transformados em soluções inteligentes para a pecuária”

Xisto Alves de Sousa Jr., CEO e fundador da JetBov

Depois que os pecuaristas parceiros inserem suas informações e indicam os fornecedores dos quais adquirem os animais, a Ecotrace gera para a indústria uma análise ambiental. Nas pontas finais da cadeia, o sistema garante ao varejo que o produto foi verificado e não passou por áreas irregulares do ponto de vista socioambiental. Ela espera crescer 30% ao mês nos próximos quatro a cinco anos, após ter recebido um investimento de R$ 3 milhões da gestora de venture capital KPTL este ano.

Para o CEO e fundador da JetBov, Xisto Alves de Sousa Junior, a escolha da startup no ILPF Conecta foi uma validação importante do negócio, com foco na pecuária. “Nossa solução é de gestão para produtores de bovinos de corte”, disse. Criada em 2015, a startup oferece a mais de 2,4 mil fazendas pecuárias no Brasil, na Bolívia, no Paraguai e na África uma plataforma de gestão que auxilia pecuaristas a “transformar fazendas em empresas”, comenta. A tecnologia conta com um sistema centralizado e um aplicativo, projetado para funcionar como um “caderno de campo”, onde os funcionários da propriedade podem inserir os dados coletados nas atividades diárias. De acordo com Sousa Jr., o app não perde a funcionalidade em ambientes sem internet e, quando conectado a uma rede, atualiza o sistema com as novas informações. “Depois que os dados são incluídos, nós os processamos para transformá-los em informações inteligentes, que envolvem desde a parte zootécnica até à financeira.”

A Krilltech é a terceira startup finalista do ILPF Conecta e desenvolve tecnologia para todos os elos da integração lavoura-pecuária-floresta. A empresa comercializa seis linhas de fertilizantes 100% biodegradáveis, que têm como base a “nanotecnologia verde”, a partir do princípio ativo chamado Arbolina. Por enquanto, as soluções podem ser utilizadas para aumentar a produtividade e a qualidade nutricional de culturas como grãos, tomate, hortaliças e frutas, afirma o CEO, Diego Stone. Porém, testes já vêm sendo realizados em culturas ligadas à pecuária e à floresta. “A Arbolina é uma tecnologia complementar nos sistemas de ILPF porque consegue entrar em cada uma das letrinhas, entregando resultado e sustentabilidade.”

O executivo chama a atenção para a ausência de toxicidade na substância e comenta que o ativo induz a planta a se alimentar mais e absorver melhor os nutrientes e a água, além de a própria partícula funcionar como fonte de matéria-prima. O efeito ocorre em cerca de 15 dias, já que após esse período o princípio ativo é degradado. A startup foi criada a partir de uma parceria entre a UnB e a Embrapa.

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