Com pressões para uma maior preocupação ambiental e com o constante aumento do diesel, o agronegócio vislumbra cenários para superar a dependência do combustível fóssil
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Um levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL) mostrou que o diesel subiu mais 1,54% na primeira quinzena de setembro. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) afirma que o preço médio do litro do combustível no Brasil está muito próximo de alcançar R$ 5.
A notícia preocupa produtores do setor do agronegócio, visto que o diesel é o combustível utilizado para motores pesados e grupos geradores, que mantém o funcionamento de propriedades rurais.
Além disso, a dependência do transporte por caminhões para o escoamento das produções agrícolas faz com que a subida de preços acabe sendo repassada ao consumidor. Estima-se que 62% do transporte de cargas no Brasil seja rodoviário — e a maior parte, movida a diesel.
Outro fator de preocupação é que os custos com o combustível fóssil são responsáveis por cerca de 30% do gasto total com maquinário que os produtores agrícolas têm.
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Uma alternativa já empregada no Brasil para amenizar os problemas do diesel é a inserção do biodiesel. Este é um combustível formado pela mistura de diferentes óleos, provenientes de plantas ou gordura animal, com o diesel convencional, derivado do petróleo. Entre as vantagens do biodiesel está o fato de que muitos dos materiais usados para sua produção são muito poluentes quando descartados, por isso seu reaproveitamento ajuda a combater a poluição de rios e campos. É o caso do sebo bovino e dos restos de óleos de cozinha.
Além disso, quanto maior a taxa de biodiesel misturado ao convencional, menor é a taxa de gases causadores do efeito estufa (GEE) emitidos na atmosfera. O combustível é renovável e biodegradável.
No Brasil, desde março de 2021, a taxa obrigatória de biodiesel adicionado ao diesel comum é de 13%. Especialistas acreditam ser possível que se chegue até a mistura de 20% em alguns anos. Até esta porcentagem, não é necessário que haja nenhuma modificação em um motor comum para o funcionamento com biodiesel. Depois disso, os motores precisam ser ajustados ou até substituídos.
Outra alternativa para uma menor poluição no campo é o uso de baterias elétricas em equipamentos e tratores. Apesar de os primeiros tratores elétricos terem surgido há alguns anos, pela primeira vez as maiores empresas do ramo agrícola estão ofertando produtos competitivos e com preços similares aos tratores convencionais. Com isso a sustentabilidade pode chegar ao campo e diminuir as emissões de carbono — estima-se que um trator elétrico carregado com energia renovável pode impedir a emissão de mais de 53 toneladas de dióxido de carbono por ano.
Nos Estados Unidos, tratores elétricos, como o e70N da Solectrac, chegam aos fazendeiros por US$ 18 mil (cerca de R$ 96 mil), modelos maiores e com baterias mais duradouras podem chegar a US$ 75 mil (cerca de R$ 387 mil).
Além dos esforços para a substituição de combustíveis fósseis por baterias recarregáveis, empresas norte-americanas e chinesas fazem testes com robôs (também movidos a eletricidade). O objetivo destes é ser uma opção a pequenos tratores e realizar tarefas como colheitas de frutas com mais delicadeza, remoção mecânica de ervas — com isso reduzindo a necessidade de defensivos agrícolas —, aumento da produção e manejo de pastos.
Com a crescente preocupação com o aquecimento global, produtores estão buscando alternativas para adequar sua produção aos mais altos padrões de sustentabilidade.
Fonte: Centenário Diesel, Udop, AG Evolution, BioDiesel BR.