Plano ABC: qual é o impacto econômico da recuperação de pastagens?

29 de abril de 2022 4 mins. de leitura
Tecnologia de recuperação de pastagens prevista no Plano ABC aumenta a produtividade das pecuárias de leite e corte e reduz emissões de GEE

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O Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) foi criado em 2011 para estabelecer compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. No entanto, além da questão ambiental, o programa pode gerar impactos socioeconômicos positivos no agronegócio.

Apenas a recuperação de pastagens, uma das sete tecnologias adotadas no plano, gerou ganho de R$ 17 bilhões para as pecuárias de leite e corte entre 2010 e 2018, segundo estudo realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).

A pesquisa, financiada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), indica que houve aumento de 0,31% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil durante o período devido à adoção da prática sustentável no pasto.

Ineditismo do estudo

Pastos recuperados fizeram a economia brasileira crescer (Fonte: Shutterstock)
Pastos recuperados fizeram a economia brasileira crescer, segundo estudo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Pela primeira vez, uma pesquisa abordou as questões econômicas e sociais dentro do Plano ABC. A intensificação da produção sustentável exige mão de obra mais qualificada, o que é considerado um ponto positivo. Entretanto, é preciso investir em políticas públicas para a qualificação dos profissionais que atuam em sistemas de modelo extensivo.

O estudo verificou que houve crescimento de produtividade nas pecuárias de corte e de leite. Os pesquisadores apontam, ainda, que a prática sustentável foi capaz de aumentar a renda do produtor rural, o número de empregos, o nível de salários, o consumo familiar e a arrecadação tributária.

A pesquisa também indicou que o sequestro do carbono do solo na pecuária de corte propiciou uma redução de 9,67% das emissões a cada quilo de carne produzido. No caso da pecuária leiteira, a diminuição foi de 5,86% por litro produzido.

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Plano ABC

Adoção de técnicas intensivas na pecuária requer atualização dos profissionais. (Fonte: Shutterstock)
Adoção de técnicas intensivas na pecuária requer atualização de profissionais. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O Plano ABC visa planejar e realizar ações para a adoção de tecnologias sustentáveis de produção, contribuindo com a redução de emissão de GEE no setor agropecuário, conforme compromissos ambientais assumidos pelo Brasil.

Para financiar as tecnologias, o Plano Safra disponibiliza uma linha de crédito com juros baixos; entre 2010 e 2019, foram desembolsados R$ 17,3 bilhões, segundo informações do Mapa. Em sua primeira etapa, até 2020, o Plano ABC abrangeu 52 milhões de hectares, com redução de 170 milhões de toneladas na emissão de dióxido de carbono equivalente.

Ampliação do programa

A segunda etapa do programa, o Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+), pretende reduzir a emissão de carbono em 1,1 bilhão de toneladas até 2030, com tecnologias sustentáveis em 72,68 milhões de hectares, e ainda ampliar para 5 milhões o número de bois engordados com a terminação intensiva a pasto.

O programa adotará a análise socioeconômica para as outras sete tecnologias. Além da recuperação de pastagens e da terminação intensiva a pasto, o plano ABC+ abrange: integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), sistemas agroflorestais, sistema de plantio direto (SPD), fixação biológica de nitrogênio (FBN), florestas plantadas, tratamento de dejetos animais e irrigação eficiente, acrescentada recentemente.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião e explicação dos nossos parceiros especialistas em agronegócio.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Agência Brasil.

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