Saiba mais dessa ideia e veja os benefícios de um bioinseticida
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Em pequenas doses, o veneno cura: o princípio homeopático saiu das farmácias de manipulação e em breve deve chegar às lavouras. Essa é a conclusão de um estudo publicado na revista Biomolecules and Biological Reviews, que investigou de que modo o veneno das aranhas pode ser usado como bioinseticida.
Confira mais do assunto e veja como o campo pode ser beneficiado com essa descoberta.
Cada vez mais pesquisas indicam que os milhares de componentes que existem no veneno das aranhas podem ser úteis. E isso se estende à lavoura.
Os cientistas do Instituto Fraunhofer de Biologia Molecular e Ecologia Aplicada da Universidade Justus Liebig, na Alemanha, estão conduzindo essa investigação. Seus resultados mais promissores vêm da espécie aranha-vespa: as moléculas das suas toxinas apresentam neuropeptídeos usados para atacar o sistema nervoso dos insetos.
Caso se confirme a possibilidade de usar a aranha-vespa como base para produzir bioinseticidas, será fácil produzir material em larga escala. Os cientistas são capazes de remover as glândulas de veneno, sequenciar o RNA mensageiro e mapear o material. Depois disso, introduzem a informação genética em uma célula bacteriana, que passa a produzir a toxina.
Até alguns anos atrás, as aranhas usadas em pesquisas eram as maiores encontradas pelo mundo, já que tinham mais doses de veneno do que as comuns. Contudo, com o desenvolvimento de métodos de análise mais refinados, uma série de outras espécies estão sendo exploradas pouco a pouco.
Isso é interessante para o campo porque, se confirmada a proposta anunciada pelos acadêmicos, trata-se de um método natural e altamente eficaz de combate a insetos.
Os estudos científicos a respeito estão apenas começando, mas as aranhas têm um longo caminho de seleção natural que as tornou especialistas em paralisar insetos.
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O interesse nesses animais partiu de uma hipótese: se a aranha usa seu veneno para dominar os insetos que são suas presas, será que suas toxinas podem ajudar a controlar as pragas das plantações?
Embora a pergunta seja um tanto inusitada, ela já demonstrou estar correta em outros campos, como o da Saúde. Nesse caso, os pesquisadores procuraram aplicar o efeito tóxico do veneno em dose reduzida e usá-lo como remédio — tal como prevê o princípio homeopático.
Um dos usos mais relevantes está no campo neurológico. As toxinas provocam os receptores de dor nas células nervosas e estimulam reações potencialmente úteis para a recuperação desses tecidos necrosados ou paralisados. Outra aplicação está no campo farmacológico, no desenvolvimento de antibióticos e analgésicos.
Para os cientistas da Universidade Justus Liebig, esse é apenas o começo. No mundo há dezenas de milhares de espécies, e os pesquisadores mal começaram a tocar no potencial dessa “teia” de recursos.