Biocombustível: conheça o Protocolo Etanol Mais Verde

15 de maio de 2021 4 mins. de leitura
Acordo entre governo de São Paulo e setor sucroenergético evitou a emissão de 71 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos

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O Protocolo Etanol Mais Verde, iniciado entre o governo paulista e entidades do setor sucroenergético, em 2017, evitou que 71 milhões de toneladas de poluentes (como monóxido de carbono, material particulado e hidrocarbonetos) fossem emitidos na atmosfera, de acordo com balanço divulgado pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SEAB).

Na Safra 2020/21, as lavouras do estado de São Paulo produziram 361 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, o que representa 54% da produção nacional, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume resultou em 14,5 bilhões de litros de etanol, além de 26,4 milhões de toneladas de açúcar.

O acordo agroambiental foi assinado por 130 usinas e associações que representam 4,4 milhões de hectares plantados e 91% do processamento de cana de todo o estado de São Paulo. 

Além da importância regional e nacional, o protocolo tem relevância internacional. Os signatários são responsáveis por 12% da produção global do biocombustível e 13% de todo o açúcar produzido no mundo.

Etanol Mais Verde

O protocolo estimulou a criação de subprodutos da cana-de-açúcar como a geração de energia elétrica: na safra 2020/21, as usinas geraram 17,43 MWh.( Fonte: Shutterstock/T.O.B/Reprodução)
O protocolo estimulou a criação de subprodutos da cana-de-açúcar como a geração de energia elétrica: na safra 2020/21, as usinas geraram 17,43 MWh.( Fonte: Shutterstock/T.O.B/Reprodução)

O Protocolo Etanol Mais Verde é a continuidade do acordo firmado em 2007, iniciativa pioneira no Brasil para consolidar o desenvolvimento sustentável do segmento sucroenergético e direcionar ações para a superar os desafios gerados pela mecanização da colheita da cana. O acordo definiu dez diretivas técnicas a serem seguidas pelas usinas e fornecedores de cana:

  • eliminação da queima;
  • adequação ao Código Florestal Brasileiro;
  • proteção e restauração das áreas ciliares;
  • conservação do solo;
  • conservação e reuso da água;
  • aproveitamento dos subprodutos da cana-de-açúcar;
  • responsabilidade socioambiental e certificações;
  • boas práticas no uso de agrotóxicos;
  • medidas de proteção à fauna;
  • prevenção e combate aos incêndios florestais.

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Principais resultados do protocolo

O protocolo permitiu a restauração de 132 mil hectares de áreas ciliares e de mais de 7 mil nascentes, além da produção de 46,7 milhões de mudas de árvores nativas. (Fonte: Shutterstock/Gustavo_Asciutti/Reprodução)
O protocolo permitiu a restauração de 132 mil hectares de áreas ciliares e de mais de 7 mil nascentes, além da produção de 46,7 milhões de mudas de árvores nativas. (Fonte: Shutterstock/Gustavo_Asciutti/Reprodução)

O Etanol Mais Verde reduziu a área de queima autorizada, que chegou a ser de 2,08 milhões de hectares na temporada 2008/2009, para apenas 10 mil hectares na safra de 2019/2020. 

Além disso, o acordo possibilitou a formação de estruturas regionais de prevenção e combate a incêndios florestais que somam quase 2 mil caminhões pipa e 12 mil brigadistas.

O protocolo contribuiu para a redução do consumo de água em 46%. Desde a temporada 2019/20, o patamar médio de consumo ficou em 0,82 metro cúbico de água por tonelada de cana moída, enquanto na safra 2010/11 era necessário 1,52 metro cúbico por tonelada. 

Esse resultado foi alcançado com tecnologias aplicadas em toda a cadeia produtiva, como o reuso de água, maior eficiência e redução de captação, o avanço da colheita crua e a limpeza da cana a seco.

“Temos um bom uso da inteligência com inovação e com o objetivo claro de criar uma economia verde que deve ser sempre usada como exemplo no mundo”, afirmou Gustavo Junqueira, secretário de Agricultura e Abastecimento.

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Fonte:Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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