Alternativas para uma pecuária sustentável

21 de dezembro de 2021 4 mins. de leitura
Compromissos firmados na COP-26 exigem atitudes para a redução das emissões de gás metano

Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País

A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP-26) chegou ao fim em novembro, e agora começa a corrida de governos e empresas para cumprir as metas assinadas. No Brasil, um acordo firmado deve trazer uma série de mudanças para o setor agropecuário, já que o País se comprometeu a reduzir as emissões de gás metano em 30% até 2030.

65% das emissões de metano no Brasil são causadas pela agropecuária. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
65% das emissões de metano no Brasil são causadas pela agropecuária. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Emissões de metano no Brasil

O gás metano tem vida curta, mas é mais presente na atmosfera e é até 80 vezes mais potente para o aquecimento global do que o dióxido de carbono (CO2). Ele é liberado em aterros sanitários e lixões, em vazamentos de estruturas de petróleo e gás natural e na queima de combustíveis fósseis, mas no Brasil o principal emissor do gás são os rebanhos bovinos, pois o gás é subproduto da digestão de bois e outros ruminantes. Estima-se que 65% das emissões do gás no Brasil sejam causadas pela pecuária.

Leia também:

Desmatamento na Amazônia pode causar sérios riscos à saúde

Agrotóxico de baixo impacto tem prioridade na análise de liberação

Soja: como fica o clima nas regiões produtoras em novembro?

Alternativas de redução das emissões

O compromisso assinado pelo Brasil deve acelerar alguns processos de redução do metano já existentes. O melhoramento genético de pastagens e dos animais é uma das opções viáveis, porque animais que se desenvolvem mais rapidamente podem estar prontos para o abate aos 36 meses, ao invés dos 48, diminuindo o tempo de emissão de gases. Além disso, é possível usar complementos alimentares que controlam a emissão do metano e integrar as pastagens a lavouras e florestas que sejam capazes de sequestrar o gás emitido.

A assinatura do contrato é vista com bons olhos pela comunidade internacional, afinal demonstra um compromisso do País em reduzir os desmatamentos em áreas da Amazônia que são comumente transformadas em pastagens. Analistas também veem um movimento do governo para tentar melhorar a imagem internacional do País e se aproximar de algumas empresas que estão na vanguarda da busca pela agropecuária sustentável.

Convergência do governo e do setor privado

A JBS é um exemplo dos avanços no setor. A empresa, que é a segunda maior companhia de alimentos do mundo, já havia firmado o compromisso de se tornar Net Zero (zerar o balanço líquido de emissão de gases causadores do efeito estufa) até 2040. Agora, a companhia fez um acordo com a empresa holandesa Royal DSM para implementar uma parceria que visa à redução da emissão entérica bovina mundial.

A JBS irá utilizar na alimentação dos bovinos um suplemento nutricional desenvolvido pela Royal DSM que age nas enzimas da digestão reduzindo em até 90% a emissão do gás metano. Além disso, a empresa está investindo US$ 1 bilhão para descarbonizar as operações diretas e indiretas e US$ 100 milhões em pesquisas de sustentabilidade da agropecuária.

Iniciativas de empresas do setor privado são realidade há alguns anos com o objetivo de não perder os mercados internacionais que estão cada vez mais rigorosos com a questão da procedência dos alimentos e de sua produção. A assinatura do compromisso de redução da emissão de metano pelo governo brasileiro deve finalmente colocar os setores público e privado no mesmo caminho, o que pode melhorar a imagem da produção brasileira no exterior e garantir a entrada nos mais diversos mercados. 

Fonte: Summit Mobilidade, Poder 360, DSM, JBS, Unep, EBC.

Este conteúdo foi útil para você?

168000cookie-checkAlternativas para uma pecuária sustentável