Segurança e eficácia da vacina contra a peste suína africana foram confirmadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
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O Vietnã emitiu uma licença comercial para a primeira vacina do mundo contra a peste suína africana (PSA). O imunizante foi desenvolvido pela Navetco, empresa ligada ao Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do país, em parceria com cientistas dos Estados Unidos. As pesquisas começaram em 2019, quando um surto foi registrado no país asiático.
Para testar a segurança e eficácia da vacina foram feitos cinco ensaios clínicos, e o produto teve uma taxa de sucesso de 100%. Os resultados foram relatados em um artigo publicado no Journal of Science Veterinary Medicine in Vietnam e confirmados por análises do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O fármaco foi produzido a partir do vírus atenuado geneticamente e oferece uma imunidade de seis meses para os animais. O produto deve custar menos de US$ 2 e pode ser exportado para outros países; contudo, ainda não há previsão de comercialização e depende de autorização de cada autoridade sanitária nacional.
A peste suína africana foi identificada no início do século 20, no sul e no leste da África. A partir dos anos 1960, houve uma disseminação em Portugal e Espanha, além de países da América Latina, inclusive no Brasil, mas esses primeiros surtos foram contidos, e as doenças foram erradicadas.
Entretanto, em 2007, a enfermidade foi identificada na Geórgia e rapidamente se espalhou pela Rússia, Bielo-Rússia e Ucrânia. Sete anos depois, a doença avançou para outros países do leste europeu, chegando até a Bélgica, a China e a República Dominicana.
Se a doença chegasse aos Estados Unidos, geraria mais de US$ 16,5 bilhões, enquanto que, no Brasil, seriam US$ 5,5 bilhões em perdas, segundo estimativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
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A China, que responde por mais de 40% do rebanho suíno do mundo, teve que abater mais de 200 milhões de porcos desde setembro de 2018, quando registrou o primeiro surto de PSA. Os chineses sofreram durante três anos com a crise sanitária, aumentando as importações de carne.
A situação favoreceu os produtores brasileiros de proteínas, que tiveram as exportações impulsionadas para o gigante asiático. Em 2017, o Brasil embarcou 211 mil toneladas de carne para a China, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). O volume subiu para 322 mil toneladas em 2018, alcançou 497 mil em 2019 e 868 mil em 2020.
No ano seguinte, a produção chinesa começou a se recuperar e atingiu 52,96 milhões de toneladas, patamar um pouco abaixo ao registrado antes dos surtos. Com isso, as exportações brasileiras de carne para a China caíram para 732 mil toneladas.
Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Departamento de Saúde da Província de Thai Ngueyn/Vietnã, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Reuters, Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), Vietnam News