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Qual é a importância da sanidade animal?

A sanidade animal envolve um trabalho de prevenção, planejamento e cuidados para melhor produtividade

3 minutos de leitura

06/04/2020

Com o passar dos anos, os criadores perceberam que as boas práticas de manejo que visam ao bem-estar animal podem representar, ao contrário do que se pensava, um menor custo de produção em longo prazo. A saúde dos animais é fundamental para uma boa produção pecuária, tanto na qualidade quanto na quantidade. A sanidade animal envolve um trabalho de prevenção, planejamento e cuidados com a qualidade de vida dos rebanhos, para que produção seja maior e melhor.

Os animais só atingem o máximo de seu potencial genético quando têm à disposição nutrição de qualidade e adequada a cada fase do seu desenvolvimento, bem como cuidados apropriados, conforto ambiental e respeito ao comportamento natural e à saúde mental.

Animais saudáveis garantem a qualidade da cadeia do setor pecuário no contexto nacional e internacional e ainda protegem a saúde pública e o meio ambiente. A incidência de surtos como febre aftosa, mal da vaca louca e gripe aviária causa prejuízos ao comércio mundial e preocupação à saúde pública, além de evidenciarem a importância do cuidado com a saúde animal.

Princípios de sanidade animal

Cada espécie animal tem seu metabolismo próprio, por isso cada sistema produtivo tem técnicas de manejo diferentes. Mas os princípios da sanidade animal são comuns a todos os tipos de rebanhos. O Comitê de Bem-Estar dos Animais de Fazenda (FAWC) do Reino Unido foi o primeiro órgão a divulgar linhas gerais sobre o mínimo aceitável para o tratamento animal nas fazendas.

Segundo o órgão, os animais devem estar livres de medo e estresse; de sede e fome; de qualquer desconforto; de dor, injúrias e doenças; e ainda, livres para expressarem seu comportamento natural. O bem-estar, portanto, requer um manejo responsável de animais, com condições de vida adequadas, prevenção de doenças, manuseio e transporte atenciosos e abate com menos sofrimento.

A conquista de altos padrões de bem-estar animal requer não causar sofrimento desnecessário e atender a algumas necessidades, mas não todas, do animal. Alguma dor e angústia são inevitáveis na pecuária, com o conhecimento e as práticas atuais. O encaixe da cauda dos cordeiros para minimizar o risco de ataque de moscas e o corte de bico das galinhas poedeiras são exemplos disso. Mas o objetivo da sanidade ambiental é minimizar a ocorrência de situações de sofrimento.

Contato é essencial para reduzir estresse animal

O manejo de animais por isolamentos é uma das formas comuns utilizadas pelos pecuaristas para aumentar a produtividade e reduzir as chances de contágio de doenças. No entanto, essa prática pode levar animais que naturalmente vivem em grupos a desenvolverem comportamentos anormais; alguns exemplos são cavalos engolindo ar e bovinos e suínos enrolando a língua e mastigando no vácuo.

Esses comportamentos indicam que os animais buscam compensar o estresse da restrição do espaço e do pouco contato social. O organismo acaba desviando energia para a compensação do estresse, prejudicando o equilíbrio fisiológico importante para o ganho de peso e comprometendo a defesa imunológica. Assim, o isolamento pode até aumentar o aparecimento de doenças e o número de mortalidade de filhotes.

Uma pesquisa de doutorado em Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Jaboticabal, avaliou os benefícios de boas práticas de manejo no bem-estar de bezerros leiteiros do nascimento até os primeiros 120 dias de vida. O trabalho, desenvolvido pela zootecnista Lívia Magalhães Silva, concluiu que práticas como escovação dos bezerros imitando a lambida de vaca, aleitamento em baldes com bicos e desmama progressiva conseguiram reduzir até 18% da incidência de diarreia dos animais em comparação com o manejo convencional, feito com pouca interação, desmame abrupto e em baldes. A diarreia é uma das principais causas da alta mortalidade em bezerros, que varia entre 10% e 34% do rebanho no Brasil.

Resultados semelhantes foram encontrados pela pesquisa de doutorado realizada por Julia Perini na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB). Ela observou que as matrizes suínas criadas coletivamente apresentaram menor frequência de diarreia, constipação e bursites quando comparadas às mantidas em gaiolas. A interação entre os suínos, a possibilidade de caminhar, correr e fuçar reduziu em 16% a frequência de comportamentos estereotipados.

Fonte: Ibem e Mapa.

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