Possibilidade da doença da “vaca louca” em frigorífico de Belo Horizonte paralisou o comércio internacional de boi gordo na bolsa de valores
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Um caso suspeito da doença conhecida como “vaca louca” foi registrado em Belo Horizonte nesta quarta-feira (1°). Uma vaca com idade avançada teria apresentado sintomas da enfermidade durante o pré-abate no frigorífico Plena Alimentos, em junho deste ano.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a informação e esclareceu que seus técnicos estão investigando o caso. O primeiro teste realizado deu positivo, mas o segundo exame, negativo.
Uma contraprova foi encaminhada para os laboratórios da Organização de Saúde Animal (OIE) no Canadá. Como o frigorífico está habilitado para exportar, se o exame for positivo, todo o setor poderá sofrer sanções sanitárias, como a suspensão de importações da carne bovina brasileira.
Em nota, o Mapa afirma que “casos em investigação são corriqueiros dentro dos procedimentos de vigilância estabelecidos e medidas preventivas são adotadas imediatamente para garantir o controle sanitário”.
As especulações indicam que pode se tratar de um caso atípico, quando a doença surge de forma espontânea, em geral em animais com idade mais avançada, e não há risco de contaminação aos demais animais do rebanho. Se a análise laboratorial confirmar a classificação, isso pode influenciar a comercialização para o mercado externo. Por precaução, a vaca com a suspeita já foi sacrificada.
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O país está livre da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecido como “o mal da vaca louca”, há 20 anos. A doença é degenerativa, causada por uma proteína que atinge o sistema nervoso dos bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos.
Quando infectados, os animais podem apresentar sintomas de agressividade e falta de coordenação, levando até a morte. A enfermidade pode contaminar também seres humanos por meio do consumo da carne infectada.
Durante as últimas duas décadas, apenas três casos atípicos foram registrados, todos contraídos de forma isolada, e nenhum caso de EEB clássica, quando a doença é contraída pela ingestão de carne do animal contaminado. O último caso confirmado foi em 2019 no Mato Grosso. Na época, as exportações de carne bovina brasileira ficaram suspensas por mais de 15 dias.
O comércio internacional de boi gordo na Bolsa de Valores do Brasil foi suspenso antes mesmo da confirmação do caso. O preço da arroba (15 kg) despencou 4% no mercado internacional e ficou cotado a R$ 297,55.
Como as exportações de carne bovina brasileira representam 23% do total do comércio mundial, a cotação pode continuar caindo nos próximos dias até que o Mapa apresente os resultados dos exames.
Os contratos futuros de boi gordo também despencaram com a informação. O vencimento de outubro fechou a quarta-feira a R$ 296,95/arroba, uma queda 4,5%.
Fonte: Agrolink, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).