Gripe Aviária é um dos exemplos de doenças de rebanho responsáveis por impactar a pecuária internacional no decorrer das décadas
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De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), 60% das doenças humanas do último século tiveram origem animal. Presente na sociedade desde 1998, a Gripe Aviária, por exemplo, foi responsável pelo abatimento de mais de cinco milhões de aves no continente asiático. Em seres humanos, a doença aparece com menor frequência, mas com alta taxa de mortalidade — foram mais 100 pessoas mortas pelo vírus.
Nos anos recentes, bois, porcos e aves foram afetados por diferentes tipos de doença de rebanho, gerando grande impacto no comércio. Todos os casos de epidemias passam por um fator primordial em comum: a ineficiência das autoridades em controlar a entrada de animais infectados nos países. O comércio de carnes infectadas, que não tiveram fiscalização dos órgãos de sanidade animal, fez com que doenças pecuárias — como Febre Aftosa, Gripe Aviária e Peste Suína Africana — alcançassem diversos territórios no mundo. Esses são exemplos de pestes que perduraram durante décadas.
(Fonte: Pixabay)
A Febre Aftosa é uma doença pecuária que atinge diretamente animais como vacas, porcos e cabras. O vírus é responsável por causar febre e surgimento de vesículas nas bocas e nos pés dos bichos afetados. Em humanos, a doença apresenta os mesmos sintomas, mas com muito menos vigor e duração média de cinco dias. Por outro lado, em animais de casco duplo, essa febre é altamente contagiosa e pode causar grandes prejuízos na produtividade do rebanho. Uma das características marcantes é a perda de peso e, no caso das vacas, a redução evidente na produção do leite.
Apesar dos possíveis prejuízos causados por essa doença, ela tem cura desde os anos 1990. Desde 1992, no Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já trabalha com um sistema de vacinação para conter a doença no país, que teve seu último caso registrado no Mato Grosso, em 2006. Em 2017, o Brasil foi oficialmente reconhecido internacionalmente como zona livre de Febre Aftosa até 2023.
O mais recente caso de febre aftosa na América do Sul ocorreu em 2012, quando as autoridades paraguaias identificaram dois focos da peste na província de San Pedro. Os primeiros registros da doença em território brasileiro se dão em meados de 1870. Portanto, após 150 anos, o Brasil finalmente consegue dar grandes passos para controlar a disseminação da epidemia e erradicá-la do país.
(Fonte: Pixabay)
Em 1998, a Gripe Aviária — ou H5N1 — foi causadora do abate de 1,5 milhão de frangos na cidade de Hong Kong, na China. Os chineses acreditavam (erroneamente) que poderiam evitar a disseminação da doença com o abatimento imediato das aves. Porém, em 2003, a doença pecuária voltou a afetar aves na Ásia — especificamente na Coreia do Sul. Posteriormente, foi descoberto que a peste era resultado do vírus H5N1, que causa diversos sintomas nas aves, como a má formação de ovos, diarreia, hemorragia, entre outros.
A “Influenza Aviária”, como também é chamada, tem alto índice de contaminação entre as aves, mas também pode ser transmitida a outros animais. Durante esse processo, o vírus sofre mutações genéticas que o fazem perder força e letalidade. Os humanos geralmente só sofrem com o contágio da doença após ela ter passado por diversas transformações, fazendo com que essa não seja uma peste de extremo alarde para a nossa saúde.
Por outro lado, nas raras vezes em que os seres humanos são infectados diretamente pelas aves, o índice de mortalidade da doença pode ultrapassar a marca de 50% dos casos. Atualmente, já existe uma vacina criada por meio da utilização do vírus morto em embriões de galinha.
(Fonte: Pixabay)
A mais recente das doenças pecuárias: a Peste Suína Africana. Ela não é transmitida para os seres humanos, mas é mortal para os rebanhos de porco no mundo todo. A doença se tornou uma grande epidemia no território asiático e prejudicou financeiramente a maioria dos produtores de porco locais. Por exemplo, o último surto na cidade de Dingxi, na China, culminou na morte de 265 animais, dos 287 contaminados.
Apesar de ter sido erradicada no Brasil em 1984, a PSA ainda é uma doença altamente contagiosa e não tem cura específica. Os sinais clínicos da peste são: hemorragia; aumento de incidência de vômitos; diarreia; falta de coordenação motora no animal horas antes de sua morte. Atualmente, o controle dessa peste é feito pelos mecanismos de verificação sanitária da carne de porco nos portos de importação e de exportação.
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Fontes: Mapa, Adapec