A destinação correta de cadáveres de animais pode ajudar a conter epidemias
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Com certa periodicidade, o mundo enfrenta grandes ameaças à saúde da população. Diversos tipos de vírus se modificam e se proliferam com uma velocidade praticamente inevitável, mas grande parte desse avanço desenfreado pode ser amenizado com práticas adequadas de manejo de animais mortos.
Com o descarte de animais sem qualquer tipo de cuidado ou higiene, o solo pode ser contaminado, espalhando microrganismos através da água e aumentando a área de atuação e de proliferação dos agentes causadores de doenças. Uma pesquisa desenvolvida e aplicada pelo geólogo Yadyr Augusto Figueiredo Filho no Instituto de Geociências (IGc) da Universidade de São Paulo (USP) revelou que, além do perigo com relação à contaminação do solo, podem ser criados riscos epidemiológicos. Como a decomposição gera rápida propagação de novos microrganismos, há um desequilíbrio na fauna.
Para o estudo, foram desenvolvidos poços para descarte de carcaças de animais com a intenção de avaliar as condições da água e do solo. Verificou-se a existência de bactérias que podem se espalhar pelo ar, o que mostrou a necessidade de que mais estudos sejam executados para validar em quais condições climáticas e ambientais elas conseguem sobreviver.
Para prevenir o surgimento de doenças como o coronavírus, é fundamental entender que os animais mortos precisam de uma destinação adequada. Embora não existam normas que regularizem o descarte correto de carcaças, alguns métodos foram desenvolvidos para solucionar o problema.
Considerada mais economicamente vantajosa e ambientalmente correta, a compostagem é um processo natural no qual microrganismos convertem material orgânico em um produto chamado composto. Mesmo não sendo a técnica mais fácil de ser aplicada, pode ser convertida em fertilizantes.
Dividida em duas etapas, a compostagem deve ser realizada em uma caixa específica ou em um monte de palha. O animal morto é colocado no local e completamente coberto com palha ou serragem; a pilha deve ser revestida de tempos em tempos e alimentada com ar, para estimular que os microrganismos aeróbicos transformem o composto em dióxido de carbono e água.
É necessário estudar bem o solo e executar a prática dentro de determinados padrões, como a profundidade da cova, que deve ser de aproximadamente 1,2 metro, para evitar a contaminação de lençóis freáticos e água subterrânea. Utiliza-se a cal para controlar e amenizar o cheiro forte.
Como o próprio nome sugere, as técnicas utilizam altas temperaturas para descartar o animal. A queima é feita com combustíveis, e a incineração é executada com matéria orgânica em um local devidamente equipado.
O método é aplicado quando a morte do animal não tem relação com doenças e está, geralmente, relacionada a acidente. A carcaça é enviada para uma empresa do ramo de reciclagem e os restos viram pó, seguindo normas muito rígidas e específicas de controle.
Nem todos os métodos de descarte são convenientes para evitar a multiplicação de doenças. A técnica de disposição no ambiente, por exemplo, consiste em dispor a carcaça para outros animais, com a intenção de reinserir o cadáver na cadeia alimentar. Embora a técnica seja fácil e positiva para a biodegradação, apresenta altos riscos de proliferação de doenças.
O destino correto pode auxiliar no controle de patologias, como o coronavírus, a síndrome respiratória aguda grave (SARS), as gripes suína e do frango, entre outras diversas epidemias que acometeram o cenário mundial. O descarte deve ser feito com muita responsabilidade, regulamentação definida e normas de higiene que garantam a segurança da população.
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Fonte: USP, Embrapa