Uso de tecnologia será fundamental para garantir competitividade em 2021, focando sustentabilidade, produtividade e segurança alimentar
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O agronegócio brasileiro tem um importante papel na segurança alimentar mundial, mas essa posição está ameaçada por uma imagem associada ao desmatamento, motivo pelo qual grandes mercados, como Estados Unidos e União Europeia, têm sinalizado restrições de compra de produtos do Brasil. No entanto, a tecnologia pode ajudar a mostrar como a agropecuária do País tem se tornado cada vez mais produtiva e sustentável.
Após um período totalmente atípico por conta da pandemia, 2021 será crucial para a reconfiguração da sociedade, com novos hábitos de consumo, novas formas de produção e uma preocupação crescente com o meio ambiente. Nesse contexto, as tecnologias no campo serão aliadas para garantir a participação em um competitivo mercado mundial.
Além do panorama global, outros fatores devem acelerar a agricultura digital no Brasil, como a chegada da quinta geração de telefonia celular (5G) e a introdução da Plataforma Digital de Registro e Gestão de Tratores e Equipamentos Agrícolas (ID Agro).
Confira as principais apostas para o desenvolvimento tecnológico do campo neste ano.
Conhecer a origem dos ingredientes dos alimentos, se têm agrotóxico ou vieram de áreas de preservação ambiental é uma preocupação cada vez maior dos consumidores. Nesse sentido, o blockchain é uma ferramenta útil para ajudar na rastreabilidade e na garantia de uma cadeia produtiva sustentável, além de gerar dados sobre produtividade e qualidade da colheita.
Em 2020, o governo criou a Rede de Inovação em Inteligência Artificial, que deverá investir mais de R$ 140 milhões em projetos de inteligência artificial (IA) até 2030; desse total, quase 30% serão focados no agronegócio e no setor automotivo. A ferramenta pode ser aplicada para prever situações no campo e recomendar ações em tempo real para as máquinas a fim de evitar desperdícios, promover economias e otimizar a produtividade.
Com o avanço da IA e a chegada do 5G, dispositivos autônomos devem se popularizar no campo. Grandes empresas já têm projetos de maquinários totalmente automatizados, com equipamentos sem cabine, controlados por meio de computadores ou smartphones. Isso propiciará atividades sincronizadas e mais eficientes.
A Internet das Coisas (IoT), com sensores e computadores de bordo em máquinas agrícolas conectados em tempo real, já é uma realidade no campo. Neste ano, uma especialização dessa ferramenta, a Edge Analytics, deve ganhar espaço na agropecuária e dar agilidade às operações ao fazer a análise dos dados coletados no próprio equipamento, sem necessidade de envio para uma central de processamento.
Sensores e drones ajudam a realizar um monitoramento em tempo real do que acontece na área rural e acompanhar cada centímetro da plantação, por isso uma das apostas para este ano é o crescimento da utilização de imagens coletadas pelos equipamentos para a detecção de doenças ou pragas em plantações, o que permite verificar onde é preciso realmente atuar na aplicação de insumos.
Outra aposta que deve fortalecer a agricultura digital é o uso de smartphones e tablets para integrar soluções já existentes no mercado agrícola. Todas as informações colhidas por sensores, máquinas e drones podem ser monitoradas diretamente em dispositivos mobile, facilitando a gestão e o acompanhamento dos processos mesmo se o gestor estiver fora da propriedade rural.
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Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, Consórcio New Holland, Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), Agência Brasil, Revista Campo e Negócios, Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Brasil Agro, Siagri.