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A inflação brasileira está acelerando e deve ficar fora da meta estabelecida pelo Banco Central do Brasil (BC). No acumulado dos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 11,73%, sendo pressionado pela alimentação em domicílio, que subiu 16,36%.
Quando considerados apenas os alimentos mais básicos, os preços avançaram ainda mais no último ano. A cesta básica subiu mais de 22% nas capitais São Paulo (SP), Salvador (BA) e Recife (PE), de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Confira quais alimentos ficaram mais caros e as razões para essa alta.
1. Batata
A batata ficou 76% mais cara entre maio de 2021 e o mesmo mês deste ano em São Paulo, segundo o Dieese. O produto apresentou problemas na colheita devido ao excesso de chuvas, então o volume produzido na safra deve ter queda de 5%, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
2. Café em pó
O preço do café em pó teve aumento de 69,8% no período. A safra menor em 2021, devido a fatores climáticos associados ao crescimento das exportações, pressionou o valor da commodity. A alta dos fertilizantes e a desvalorização do real em relação ao dólar também contribuíram para a alta.
3. Tomate
O tomate ficou 54% mais caro por conta da colheita reduzida. Com a parada brusca do consumo provocada pela pandemia de covid-19 em 2020, muitos agricultores ficaram endividados. Em comparação com 2022, houve diminuição de 20% da área plantada, uma vez que outras culturas se mostraram mais lucrativas para os produtores.
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4. Açúcar refinado
Nos últimos 12 meses, o açúcar refinado teve alta de 42% em São Paulo, aponta o Dieese. O produto sofre por causa do impacto indireto do aumento do petróleo. Quando a gasolina sobe, o etanol também tem o preço elevado, o que faz a indústria sucroalcooleira diminuir a produção do adoçante.
5. Óleo de soja
O aumento do óleo de soja em 34% no último ano está relacionado diretamente com a queda da produção de girassol, provocada pela guerra na Ucrânia, e com os problemas climáticos na safra brasileira. A alta do petróleo, que torna mais atrativo o uso de óleos vegetais como combustível, também pressionou os preços.
6. Farinha de trigo
A guerra na Ucrânia reduziu a oferta de trigo no mercado global, impulsionando o preço do cereal e dos derivados dele. O clima seco prejudicou a safra na Argentina, país que responde pela maior parte do grão importado pelo Brasil. Em São Paulo, a farinha de trigo subiu 26% nos últimos 12 meses, o que fez o valor do pão francês avançar 18% no período.
7. Feijão-carioca
O preço do feijão foi afetado por problemas climáticos que reduziram a oferta do alimento. Em maio, as baixas temperaturas e as geadas atingiram lavouras no Sul do Brasil, derrubando a produtividade das plantas.
8. Leite integral
Tanto o preço da manteiga quanto o do leite integral apresentaram crescimento superior a 21% no último ano. A elevação dos custos de produção e o clima seco impactaram a pecuária leiteira, reduzindo a oferta e aumentando a competitividade entre os laticínios, aponta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-Esalq/USP).
Fonte: Estadão, Agência IBGE de Notícias, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Agência Brasil, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq)