Preço da mandioca tem queda amenizada

31 de maio de 2020 3 mins. de leitura
Valor dos alimentos tem sofrido grande queda no mundo, mas a mandioca teve redução amenizada pela diminuição da oferta

Os preços internacionais dos alimentos caíram pela terceira vez consecutiva em abril, de acordo com relatório do Órgão para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO). Os valores têm diminuído em decorrência dos efeitos da crise causada pelo novo coronavírus, mas fatores particulares da mandiocultura brasileira estão segurando um corte maior no preço da raiz.

A FAO registrou baixa do valor do açúcar em 14,6% em abril se comparado a março — a maior redução em 13 anos do índice. O óleo vegetal caiu 5,2% e os laticínios diminuíram 3,6%, puxados pela baixa da manteiga e do leite em pó. O preço da carne foi reduzido em 2,7%, melhorando após a recuperação parcial da demanda chinesa.

Preço da mandioca

Preço da mandioca chegou a subir em março, mas caiu novamente em abril. (Fonte: Shutterstock)

O preço da mandioca sofreu queda de 9,9% entre abril e maio deste ano, segundo dados levantados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O resultado poderia ser ainda pior, já que o valor do produto teve diminuição brusca de 19% ao longo de janeiro.

Um tombo maior não aconteceu por causa do atraso na colheita, que baixou a quantidade do produto disponível no mercado. O adiamento foi causado pelo tempo seco e pela restrição de mão de obra, mas se tornou uma estratégia dos produtores para esperar cotações melhores na colheita de segundo ciclo.

Ainda conforme o Cepea, a demanda industrial continuou pequena, mas a menor oferta de matéria-prima amenizou a pressão sobre os valores. “Entre 4 e 8 de maio, o preço médio da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 310,70 (R$ 0,5403 por grama de amido na balança hidrostática de 5 quilos), 1,6% abaixo da média do período anterior”, afirmou o órgão em comunicado.

Cenário futuro

Plantio e colheita foram atrasados pelo tempo seco. (Fonte: Shutterstock)

O plantio da mandioca foi atrasado pela estiagem no segundo semestre de 2019 no centro-sul do País. Dessa forma, já era esperado que um cenário de baixa produtividade na safra 2020 pudesse reduzir a oferta da raiz para as indústrias de fécula e farinha ao longo do ano.

Com isso, o produtor deve ficar atento aos custos de produção, pois o preço do arrendamento de terra deve ficar mais elevado, assim como a importação de insumos por causa da valorização do dólar frente ao real.

Redução de produção

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil deve produzir 18,7 milhões de toneladas de mandioca na safra 2020. Esse resultado é 1,1% menor que o da safra anterior, e o volume de fécula não será suficiente para abastecer a indústria, de acordo com o Cepea.

A área dedicada ao cultivo do produto também tem diminuído. Em dezembro de 2016, 2,3 milhões de hectares eram plantados com mandioca; em abril de 2020, apenas 1,3 milhão é dedicado à mandiocultura. Tudo isso diminui a oferta, o que pode contribuir com baixas ou valorização futura do produto.

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Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Órgão para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), IBGE, Reuters e Summit Agro.

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