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A laranja é a fruta mais produzida do Brasil, mas a longa estiagem frustrou as expectativas de produtores do fruto para este ano. Uma das regiões mais afetadas pela falta de chuva foi o Centro-Oeste Paulista e o Triângulo Mineiro — região que já deteve o título de maior produtora do País.
Atualmente o cinturão citro-agrícola do Estado de São Paulo tem entre 10 e 15 milhões de pés de laranja. A estimativa do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), era de que a região produzisse 300 milhões de caixas em 2021, mas as geadas afetaram cerca de 30% da produção.
Além de causar a perda de qualidade de sabor, calibre ou até perda total dos frutos, as geadas também podem afetar as árvores, que precisam de tempo e cuidados especiais para serem recuperadas.
Com a baixa na produção, todas as variedades de laranjas negociadas no mercado in natura continuam apresentando patamares elevados de preço. A laranja-pera, por exemplo, teve um aumento no mercado de mesa de 14,2% em relação a julho, com a caixa de 40,8 kg chegando a R$ 39,67 — valor de R$ 10 a mais do que no ano passado. A procura pela fruta teve um leve aumento e deve cooperar para que o preço acompanhe esse movimento.
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Diminuição na exportação de suco de laranja
A seca também deve afetar as exportações de suco de laranja, o setor que chegou a exportar US$ 2,10 bilhões em 2018 viu queda nos anos seguintes e a safra de 2020/21 deverá ser a menor desde 2010, com a expectativa de US$ 1,48 bilhões exportados. Os principais destinos são a Europa 65,7%, os Estados Unidos 21,1% e a China com 4,5%.
A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) divulgou que os estoques de suco de laranja concentrado eram de 316.929,70 toneladas em junho de 2021, um valor 33% menor do que as 471.138 toneladas do ano anterior.
O diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, afirmou que a queda dos estoques de suco já era esperada pela queda do processamento de caixas de laranja. A situação foi mais preocupante do que o previsto porque a conjunção das secas com a geada foi algo sem precedentes na história recente do setor. Novas projeções de mercado só serão feitas pela Associação quando os efeitos dos eventos climáticos ocorridos em 2021 forem totalmente entendidos.
Fonte: MoneyTimes.