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O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) defendeu o uso do pó de rocha em substituição aos fertilizantes na agricultura durante pronunciamento no Congresso Nacional. O parlamentar argumenta que a remineralização do solo pode garantir ao Brasil uma alternativa para adubação das lavouras diante da crise global do insumo.
Entre março de 2022 e o mesmo mês do ano passado, os valores pagos pelos fertilizantes avançaram 90%, sem considerar impostos e fretes, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Junto dos combustíveis, os fertilizantes impulsionaram a inflação do processo produtivo em março. Apenas no mês de março, em que os efeitos da guerra contra a Ucrânia começaram a ser sentidos, o produto teve uma alta de 7,9% no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Quais são os nutrientes presentes no pó de rocha?
Os nutrientes fornecidos pelo fertilizante dependem do tipo de rocha que serve de matéria-prima. De forma geral, o produto tem uma riqueza maior de micronutrientes e uma oferta menor de macronutrientes, como nitrogênio, fósforo e potássio (NPK). Alguns dos principais tipos de pó de rocha oferecidos no mercado são:
- fonolito — rocha vulcânica rica em potássio, silício e ferro que tem doses elevadas e uso contínuo desaconselhados devido à grande oferta de sódio para o solo;
- kamafugito — termo usado para um grupo de rochas vulcânicas que disponibilizam potássio, fósforo e cálcio;
- biotita xisto — subproduto da brita e de areia artificial, oferece potássio e magnésio, além de auxiliar na redução da concentração de alumínio no solo;
- micaxisto — rocha dura em lâminas, formada por quartzo e mica, que fornece potássio em teor baixo e geralmente é usada como complemento;
- basalto — rocha que está na base de formação do solo, é rica em cátions e silício, além de oferecer teores baixos de cálcio e traços de potássio, fósforo e magnésio.
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Vantagens do fertilizante alternativo
O pó de rocha apresenta vantagens como a reposição de nutrientes em solos empobrecidos e a diminuição da acidez, além de melhorar a estrutura do solo contribuindo para a infiltração. “É um novo produto, com custo barato e genuinamente nacional”, declarou Heinze.
O fertilizante proporciona um aumento na germinação das sementes, promove o desenvolvimento das raízes e o engrossamento do caule e das cascas. As folhas adubadas com o produto criam uma proteção contra pragas, doenças e intempéries.
A aplicação do insumo na lavoura resulta em maior durabilidade dos produtos após a colheita, com quantidades maiores de nutrientes, maior peso, cor e sabor acentuados. A técnica é ecológica e ainda colabora para a captura de carbono da atmosfera.
Processo de rochagem na lavoura
O processo de aplicação do pó de rocha na lavoura é chamado de rochagem ou agromineração. Como os vegetais precisam de uma gama de nutrientes, e as rochas oferecem somente alguns deles, é recomendável fazer compostos de diversos tipos para obter um fertilizante mais completo, de acordo com a necessidade da plantação e as características da terra.
Depois de moída, a rocha vira pó, que deve ser espalhado na superfície do solo, onde a presença de organismos como fungos e bactérias transformará os minerais brutos em nutrientes. As plantas consumirão as substâncias de forma natural, conforme sua demanda.
Fonte: Agência Senado, Agência IBGE de Notícias, Agência Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)