Cooperativismo solicita ao governo prioridade para pequenos e médios produtores rurais e reforço nas verbas para o Plano Safra
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Representantes das cooperativas agropecuárias do Brasil se reuniram com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e com outros integrantes do governo que estão ligados ao Plano Safra 2021/2022, cuja temporada começa em julho de 2021 e vai até junho de 2022. A discussão incluiu os interesses dos produtores rurais e as necessidades de adequação do plano de suporte do governo considerando o cenário atual de pandemia e a instabilidade econômica mundial.
Todas as reivindicações abordadas na reunião devem ser apresentadas de maneira formal ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A proposta será enviada oficialmente em 10 de março, então o governo decidirá quais medidas poderão ser modificadas e como ficará oficialmente o suporte aos produtores rurais.
Na reunião virtual entre as cooperativas, a ministra e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, os representantes da agropecuária brasileira demonstraram apreensão em relação a cortes e reduções no Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR). De acordo com o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), o governo havia sinalizado que o setor agropecuário deveria “se financiar”.
Nesse cenário, os líderes das cooperativas defenderam a importância do crédito rural. Para tranquilizar produtores rurais e profissionais envolvidos na cadeia de produção, Tereza Cristina afirmou que o sistema não está ameaçado e que, na realidade, o governo está buscando melhorar a eficiência desse suporte e ampliar a criação de ferramentas para esse fim. Como exemplo, ela citou o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
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Em relação aos recursos financeiros destinados ao Plano Safra, as cooperativas devem solicitar ao governo pelo menos R$ 250 bilhões. No plano atual (2020/2021), a projeção inicial foi de R$ 236,3 bilhões para custeio, comercialização, industrialização e investimentos, mas, de acordo com o coordenador do ramo agropecuário da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Luiz Roberto Baggio, empresas e cooperativas agropecuárias demandam um orçamento muito maior para o capital de giro de seus empreendimentos.
Baggio estima que a agricultura brasileira precisaria, na verdade, de cerca de R$ 900 bilhões para financiamentos. “As cooperativas precisam de volume maior de recursos, especialmente de aporte nas linhas relacionadas a investimentos, para viabilizar a ampliação de agroindústrias e plantas”, ressaltou.
O debate aberto realizado na reunião ponderou a maior necessidade dos produtores ao suporte financeiro do governo para financiamentos em tempos de crise, sem desconsiderar a redução no orçamento público devido às mesmas condições instáveis causadas pela pandemia de covid-19.
Outro ponto importante citado foi a necessidade de dar maior atenção a pequenos e médios produtores rurais brasileiros. Os representantes das cooperativas demonstraram expectativa positiva e alta de que o governo defenda a importância das entidades para priorizar pequenos e médios negócios do setor, principalmente em relação à agricultura familiar.
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