O agronegócio brasileiro deverá crescer 9% em 2020, puxado pelo aumento da produção e preços recordes em várias commodities, estima CNA
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A economia brasileira recuperou parte das perdas decorrentes da crise provocada pela pandemia de coronavírus. Entretanto, a retomada tem sido diferente para cada setor. Enquanto a agropecuária passa pelo período crítico com resultados positivos históricos, a indústria, o comércio e os serviços apresentam uma volta mais lenta aos patamares anteriores ao surto sanitário.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do Brasil fechou o 3° trimestre de 2020 com o crescimento expressivo de 7,7% em comparação aos três meses anteriores, quando os efeitos da suspensão de atividades econômicas chegou ao ápice. Porém, o resultado de julho a agosto foi 3,9% menor do que o mesmo período de 2019.
Ainda assim, o agronegócio apresentou aumento de seu PIB em 0,4% na comparação entre o 3º trimestre de 2020 e o de 2019. O resultado consolida o crescimento registrado no primeiro semestre deste ano, quando a agropecuária teve alta de 1,2% se comparada aos seis primeiros meses de 2019, sendo o único dos três grandes setores da economia a apresentar resultado positivo.
O resultado do setor agropecuário em 2020 tem sido puxado pelo aumento de exportações, que alcançaram superávit recorde no acumulado de janeiro a outubro deste ano, com saldo de US$ 75,5 bilhões, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Cinco produtos representaram mais da metade dos embarques brasileiros nos dez primeiros meses. A soja em grãos teve um volume de vendas de US$ 28 bilhões, seguida pela carne bovina in natura (com US$ 6,1 bilhões), açúcar de cana em bruto (US$ 6 bilhões), celulose (US$ 5 bilhões) e farelo de soja (US$ 5 bilhões).
O principal destino das exportações brasileiras segue sendo a China, com participação de 35,8%. Atrás do gigante asiático, estão União Europeia (16,2%), Estados Unidos (6,5%), Japão (2,4%) e Coreia do Sul (2,1%).
O crescimento anual do PIB da agropecuária deve ser de 1,5% em 2020, de acordo com estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Neste ano, o Valor Agregado (VA) das lavouras deve crescer 3,8%, enquanto a pecuária deve ter uma queda de 2% segundo projeções do órgão.
Em 2021, o PIB do agro deve aumentar em 2%. O Ipea calcula que o VA da lavoura terá crescimento de 0,4%, sustentado por uma expectativa de novas safras recordes de soja (4,6%) e milho (2,6%). Contudo, a queda em outras culturas deve compensar parte da contribuição positiva desses dois grãos.
O Ipea espera que a pecuária tenha crescimento de 4,4%, com contribuição positiva de todos os segmentos, como frango, suínos, leite e ovos, mas em especial da produção de carne bovina, que deve reverter a queda observada em 2020.
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Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Estadão, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).