Em 2020, PIB agropecuário deve crescer apenas 1,5%, mas Ipea destaca que setor é o único que apresenta alta durante a pandemia
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Os reflexos da pandemia estão impondo desafios para o agronegócio, que deve crescer apenas 1,5% em 2020 — a meta foi reduzida em relação aos 2% previstos. Contudo, especialistas estão muito mais otimistas para o próximo ano: o Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário deve apresentar alta de 3,2% em 2021, de acordo com a mais recente Carta de Conjuntura divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Como explica o relatório, a pecuária tende a ser o carro-chefe desse resultado, com alta geral de 5%, impulsionada principalmente pelo aumento de 6,3% na produção de carne bovina. A lavoura deve apresentar crescimento de 3,2%, influenciada pela rentabilidade do milho e da soja, grãos que estão batendo recordes desde 2019 e vão crescer mais 9,1% e 10,5% em 2021, respectivamente, segundo as projeções, especialmente porque a demanda internacional deve continuar aquecida.
Mesmo que as projeções positivas sejam predominantes, resultados negativos são previstos para algumas culturas agrícolas nos estudos do Ipea. Do café, já é esperada queda na produção por conta da bienalidade negativa — o órgão estima que o resultado de 2021 será 8,2% menor que o de 2020. O algodão, por sua vez, tem previsões incertas para o próximo ciclo: se a demanda continuar baixa, como está desde o início da pandemia, a cultura deve apresentar queda de 12,4% na produção, porém o instituto acredita que essa estimativa pode ser revista no futuro.
Dos três componentes que compõem o PIB agropecuário (lavoura, pecuária e outros), apenas o último tende a apresentar queda em 2021: 2,7%, segundo as projeções realizadas até o momento. Esse item inclui silvicultura e exploração florestal, além dos produtos oriundos da aquicultura, como peixes, crustáceos e moluscos. O documento não dá mais detalhes das causas dessa previsão negativa.
O estudo foi realizado com base nas análises de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Os outros itens foram calculados a partir de modelos matemáticos próprios do Ipea.
Como dito no início, a projeção de crescimento foi reduzida de 2% para 1,5%, e a principal causa foi a mudança nas expectativas para a pecuária: o setor, que tendia a permanecer estável, passou a apresentar queda de 2,8%, atingido por um recuo de 6,3% na produção de carne bovina. Além disso, o item “outros” teve sua projeção de -0,6% revista para -3,4%.
Já a previsão para a lavoura melhorou, e de 3% passou para 3,6% de crescimento, o que se deve à alta nos preços dos produtos, segundo o Ipea. O relatório também destaca que, apesar da redução na expectativa, o PIB agropecuário é o único que deve apresentar crescimento em 2020.
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Fonte: Ipea e Governo Federal.