Pecuária deve ter crescimento moderado em 2021

13 de janeiro de 2021 3 mins. de leitura
Tecnologia, gestão de insumos e mercado externo impulsionarão o setor

A pecuária apresentou uma grande resiliência durante o ano de 2020, no qual sofreu com a pandemia do novo coronavírus. Por conta das regras de isolamento social, diminuição do movimento de restaurantes e maior exportação de milho e soja, boa parte do ano foi marcada por queda nos contratos e aumento nos valores das rações. Apesar disso, o ano fechou com saldo positivo no setor — muito impulsionado pela exportação.

A recuperação deve melhorar ainda mais em 2021. Porém, as atenções devem estar voltadas principalmente à gestão e ao preço das rações para poder equilibrar os custos e potencializar o lucro. Tecnologia e mercado externo voltam a ser vetores de sucesso para o setor neste ano.

Pontos negativos e positivos de 2020

O ano refletiu a importância da carne brasileira no mercado internacional: estima-se que apenas a exportação de carne bovina tenha alcançado o faturamento de US$ 8,53 bilhões no período, um aumento de 11,8%, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

O setor alavancou seus resultados a partir de agosto e setembro, equilibrando a produtividade e o estoque com debates referentes à sustentabilidade na produção.

Preço alto da ração e busca por suplementos nutritivos devem ser uma característica do próximo ano. (Fonte: Shutterstock)
Preço alto da ração e busca por suplementos nutritivos devem ser uma característica do próximo ano. (Fonte: Shutterstock)

O que esperar em 2021?

A Abiec estima que seja mantido o ritmo de crescimento do setor em 2021, mesmo que mais discreto. A projeção é de um faturamento de US$ 8,79 bilhões a partir do comércio de 2,14 milhões de toneladas de carne.

As inovações, que se destacaram já em 2020, devem ser a melhor forma de garantir sucesso neste ano. Segundo Sergio Schuler, vice-presidente de Ruminantes da DSM no Brasil, a rentabilidade deve aumentar para os produtores que têm uma boa gestão e um forte investimento em tecnologias, já que elas auxiliam no cuidado e na administração do gado.

A pecuária leiteira deve manter preços firmes e melhorar a competitividade no ramo dos laticínios. Segundo Schuler, relacionar as tecnologias com a alimentação nutritiva do rebanho deve gerar um aumento na produção por vaca e uma maior rentabilidade ao produtor em 2021.

Na questão da carne de corte, o mercado externo deve ser o principal foco, com a China sendo um dos principais parceiros de produtores brasileiros.

O mercado da pecuária leiteira deve ser o destaque em 2021. (Fonte: Shutterstock)
O mercado da pecuária leiteira deve ser o destaque em 2021. (Fonte: Shutterstock)

Expectativas para o mercado interno

No Brasil, o consumo de carne deve alcançar o pior patamar dos últimos 10 anos, segundo perspectiva do Itaú BBA. O estudo estima um consumo de 25 quilos por habitante, apresentando uma queda de 10% no valor.

A expectativa é de queda no gado pronto para o abate e uma escassez na carne. Isso é uma consequência de um possível investimento nos bezerros, que estão com preços altos e, assim, devem gerar uma retenção das vacas. 

Além do baixo índice de abate em 2021, uma crise econômica causada pelos efeitos da pandemia deve atingir a população brasileira, diminuindo o poder de compra e o consumo.

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Fonte: Radar Agro Itaú.

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