Alta demanda na Ásia, cotação do dólar e preços recordes ajudaram a suinocultura a movimentar mais de R$ 1 bilhão por mês, desde maio
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Apesar de o cenário difícil para alguns setores, 2020 está sendo um dos melhores anos da história para a suinocultura: os preços seguem uma tendência de alta, com cotações recordes; as exportações só aumentam; e a desvalorização do real, em relação ao dólar, contribui para que o setor tenha um desempenho ainda melhor.
Em 14 de agosto, os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo, apontavam preços entre R$ 6,24 (Rio Grande do Sul) e R$ 7,53 (Minas Gerais), para o quilo do suíno vivo. Esses valores são recordes na série histórica, iniciada em 2010, e seguem uma tendência de crescimento constante desde abril, quando os preços estavam na casa dos R$ 4.
Segundo o Cepea, o bom momento e os altos preços são influenciados por uma retomada do consumo em várias regiões do Brasil, mas o principal impulso para o mercado de suínos é mesmo o comércio exterior.
Desde maio de 2020, a suinocultura brasileira está movimentando mais de R$ 1 bilhão por mês em exportações, de acordo com os dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Neste mês, o comércio com outros países bateu recorde: foram mais de 102,4 mil toneladas de suínos, entre produtos in natura e processados, com resultados financeiros de mais de 227 milhões de dólares — 58,4% a mais do que no mesmo período de 2019. Em reais, a receita mais que dobra em relação ao ano anterior, demonstrando que o mercado está sendo favorecido pelas cotações da moeda norte-americana.
Esses valores seguem em alta até o momento, confirmando a tendência de crescimento do mercado de suínos: em julho, foram 100,4 mil toneladas, movimento de US$ 203 milhões. Entre janeiro e julho de 2020, já foram enviadas mais de 456 mil toneladas de carne suína e produtos derivados para o exterior — uma alta de 82,9% em relação aos sete primeiros meses do ano anterior.
Apenas para a China foram enviadas 282,1 mil toneladas entre janeiro e julho, 143% a mais do que em 2019. Hong Kong vem em seguida, com 107,7 mil toneladas (aumento de 17%). Cingapura e Vietnã também se destacam, com altas de 49% (32,9 mil toneladas) e 90% (16,9 mil toneladas) nas importações de suínos do Brasil, respectivamente. Nesse sentido, também é interessante observar que os suínos corresponderam a 78,4% das exportações de proteína animal em 2020, até esse momento.
Segundo o presidente da ABPA, Francisco Turra, essa tendência nos mercados asiáticos deve se manter pelos próximos meses: “As lacunas deixadas pela Peste Suína Africana nos países asiáticos ainda impactam a demanda local por produtos importados, e o Brasil está consolidado como um fornecedor confiável para a região”, ele afirmou.
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Fonte: ABPA e Cepea/USP.