Com as últimas semanas de 2020 se aproximando, existe uma grande expectativa no agronegócio para saber quais serão as tendências do mercado de soja durante o período. Recentemente, o Brasil sofreu com o atraso na plantação da safra de 2020/2021 da oleaginosa, o que o colocou em desvantagem contra o seu principal concorrente: os Estados Unidos.
Apesar disso, existe uma expectativa positiva na produção brasileira, que conta com o aumento da demanda de importações chinesas para alavancar as vendas. Nesse meio-tempo, a colheita dos EUA deve continuar ditando o ritmo dos preços no mercado externo.
O que esperar dos próximos meses?
Segundo um relatório divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), o baixo excedente interno, o cultivo tardio no Brasil e a valorização do produto estadunidense fizeram que os preços da soja no mercado doméstico aumentassem na metade de outubro.
Entre 16 e 23 de outubro, o valor do grão avançou 4,2%, alcançando a marca de R$ 164,50 pela saca de 60 quilos. Tendo isso em vista, a AgRural divulgou que o País aumentou o plantio do produto em 5,6 milhões de hectares em apenas uma semana, o que é equivalente a 23% da área projetada para 2020/2021.
Apesar de atrasada em comparação com o ano anterior e a média dos últimos cinco anos, a chegada da chuva no Sul do País desperta um cenário positivo para a safra nos próximos meses, o que serviria como ponto de partida para restabelecer a competitividade brasileira no exterior.
Batalha comercial com os Estados Unidos
Apesar de China e Estados Unidos não terem divulgado novos contratos para compra e venda de soja durante a metade de novembro, o mercado brasileiro segue com a expectativa de que a demanda chinesa pelo produto continue em crescimento nas últimas semanas de 2020 e no início de 2021.
Existe um sentimento no mercado nacional de que os asiáticos vão optar por contratos curtos com os EUA até a entrada da nova colheita brasileira. Ainda não se sabe ao certo qual será o tamanho da safra de soja estadunidense para 2020/2021, fator que deve ditar os índices de competitividade no mercado externo.
Por boa parte de novembro, os EUA tiveram clima seco, que, apesar de favorecer a colheita imediata da oleaginosa, pode resultar em grande perda produtiva para os próximos meses.
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Fonte: Cepea