Homenageado na nota de R$ 200, animal também é conhecido como “semeador de árvores” e pode ajudar na produção sustentável
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O Branco Central do Brasil lançou em setembro a nota de R$ 200, que estampa um lobo-guará como animal símbolo. Entretanto, a espécie ameaçada de extinção é de grande importância para a economia brasileira, sobretudo para os produtores rurais.
Cerca de 80% da população mundial desses animais está concentrada no Brasil, onde sofrem com o desmatamento de seus biomas, como a Mata Atlântica, o Pantanal e os Pampas, no Rio Grande do Sul. No Cerrado, onde existe a maior presença de lobos-guará no Brasil, a espécie vem tendo que lidar com a forte expansão do agronegócio nos últimos anos.
Em entrevista para o jornal britânico BBC, o biólogo Rogério Cunha de Paula, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), afirmou que o desmatamento do Cerrado trouxe mudanças intensas para a vida dos lobos-guarás.
O bioma foi tomado por atividades importantes para a economia brasileira, como a agricultura, onde as áreas verdes foram transformadas em pasto, cana ou soja, segundo o especialista. Porém, o setor de produção precisa aprender a viver em harmonia para preservar esses mamíferos.
Isso porque os lobos-guarás também são conhecidos como os “semeadores de árvores”. Essa espécie tem uma dieta a base de frutas e costuma percorrer cerca de 20 quilômetros por dia, espalhando uma grande quantidade de sementes pela região em que transita.
Dessa forma, os projetos de agricultura sustentável são extremamente favorecidos pela existência desses canídeos, que não costumam oferecer qualquer tipo de perigo aos humanos, visto que eles tendem a se manter afastados quando não são atacados.
Característico da América do Sul, os lobos-guará também podem ser encontrados na Argentina, Uruguai, Bolívia e Peru. Estima-se que 24 mil espécimes habitam no Brasil, onde a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) os classifica como “quase ameaçados” há mais de duas décadas.
Podendo atingir até um metro de altura e pesar 30 quilos, o porte desses animais engana. O lobo-guará é uma espécie tímida e solitária, que usa suas presas para se alimentar de frutos do Cerrado e de pequenos roedores, como tatus e perdizes.
Além de sofrer com o comportamento agressivo de alguns produtores rurais em regiões típicas do agronegócio, o parente dos lobos selvagens e dos cães domésticos também é constantemente vítima de atropelamentos.
Entre fevereiro e junho 2019, o Instituto Brasília Ambiental registrou 141 atropelamentos na Reserva da Biosfera do Cerrado. Desses acidentes, cerca de 23% envolviam alguma espécie de mamífero, incluindo os lobos-guará.
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Fonte: Universidade de São Paulo e Estadão.