Índice de Preços ao Produtor acelera e sobe 3,13% em março

27 de maio de 2022 4 mins. de leitura
O refino de petróleo e biocombustíveis foi a atividade industrial que mais contribuiu para a alta do Índice de Preço ao Produtor em março

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O Índice de Preços ao Produtor (IPP) teve um avanço de 3,13% em março, representando a maior variação desde outubro de 2020, quando marcou 4,67%. Em 2022, o indicador registrou um avanço de 3,5%, enquanto que, nos últimos 12 meses, o aumento acumulou 18,31%.

O IPP sinaliza a tendência inflacionária a curto prazo, pois apresenta a mudança dos preços pagos pela indústria a produtores de bens e serviços. A pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acompanha os valores recebidos por 2,1 mil empresas de 24 atividades industriais, desconsiderando impostos, tarifas e fretes.

A indústria de refino de petróleo e biocombustíveis foi o segmento que mais contribuiu para a aceleração do índice. Os preços do setor tiveram um crescimento de 10,84% em relação a fevereiro, sendo responsável por 1,23 ponto percentual (p.p.) na variação total registrada em março.

Aumento do preço dos alimentos

O leite representou a maior alta entre os alimentos, tanto para a indústria em março quanto para o consumidor na primeira quinzena de abril. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Os preços dos alimentos tiveram um crescimento de 3,01% em março de 2022. Esse é o maior resultado desde outubro do ano passado, quando a inflação do setor subiu 4,67%. O grupo teve a segunda maior influência na alta da indústria em geral, contribuindo com 0,71 p.p. em março e 4,11 p.p. no acumulado dos últimos 12 meses, quando o índice avançou 17,42%.

Os quatro produtos que tiveram as maiores variações positivas no último mês foram os laticínios, com 7,51%; a fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais (4,48%); o abate e a fabricação de produtos de carne (4,08%); a moagem, a fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais (4,06%).

A fabricação e o refino de açúcar foram os únicos produtos no segmento que tiveram retração de preços na indústria, tanto em março com relação a fevereiro (-3,14%) quanto março em relação a dezembro (-9,74%). Contudo, no acumulado do ano, a variação é positiva, com 11,61%.

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Alta dos fertilizantes

A maior parte dos fertilizantes utilizada no Brasil é importada. (Fonte: BearFotos / Shutterstock/Reprodução)

A indústria química teve uma alta de 5,75% em março, apresentando maior variação desde outubro de 2021, quando registrou 6,42%. Os custos de aquisição de matérias-primas que dependem de cotações internacionais, sobretudo os relacionados a adubos e herbicidas, impulsionou o resultado.

Os preços do grupo de fabricação de produtos químicos inorgânicos, que inclui os fertilizantes, teve um crescimento de 9,27% no mês. Nos últimos 12 meses, o setor acumula uma alta de 90,39%, a maior entre os produtos químicos.

Já os preços para fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários subiram 23,44% somente no último mês. Com relação a março de 2021, o grupo industrial teve um avanço de 39,28%.

Tendência inflacionária

O impacto do aumento de preço pago pela indústria deverá ser sentido pelos consumidores a curto prazo, ainda que nem toda alta seja repassada. A prévia da inflação de abril, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), acelerou para 1,73% — quase o dobro do registrado em março (0,95%) e a maior variação para o mês desde 1995.

Os preços de alimentos e bebidas tiveram um aumento de 2,25% durante a primeira quinzena de abril. Os produtos com maior variação foram tomate (26,17%), cenoura (15,02%), leite longa vida (12,21%), óleo de soja (11,47%) e batata-inglesa (9,86%).

Na tentativa de conter o avanço de preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa do Sistema Especial de Liquidação de Custódia (Selic) de 2,75% ao ano, em março do ano passado, para 11,75%, no mesmo mês de 2022. A expectativa do mercado é que o órgão aumente os juros para 13,25% ao longo do ano.

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Fonte: Agência IBGE de Notícias, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Banco Central

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