Fertilizantes: relação de troca tem melhora para a safra 2021/22

9 de junho de 2021 4 mins. de leitura
Produtores que ainda não adquiriram fertilizantes para a próxima safra podem se beneficiar da melhora na relação de troca

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Em resumo, podemos definir uma relação de troca como a conexão que há entre o preço de uma tonelada de insumos (fertilizantes, sementes, inseticidas etc.) e o valor de uma saca da produção agrícola (soja, milho, algodão, entre outros). 

No caso do mercado de fertilizantes, os registros recordes na cotação desse insumo fez a projeção para relação de troca da safra 2021/22 atingir os piores patamares dos últimos anos. 

No entanto, relatórios recentes divulgados por instituições do agronegócio, como Itaú BBA e Fecoagro, revelaram que a alta na cotação futura das commodities agrícolas voltaram a contribuir para a melhora do poder de compra do produtor. Recuperando, assim, o equilíbrio entre o custo de produção e o valor de venda por saca.

Valorização dos produtos agrícolas reduz relação de troca com fertilizantes.
Valorização dos produtos agrícolas reduz a relação de troca com fertilizantes, favorecendo produtores. (Fonte: Pixabay)

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Relação de troca para a safra 2021/22

Segundo um levantamento feito pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro/RS), a relação de troca atual é a melhor registrada em 10 anos para o milho e em 9 anos para a soja. Isso porque a valorização desses grãos está maior do que o aumento nos custos de produção.

Milho

Segundo a Argus Brasil Grãos e Fertilizantes, empresa que acompanha a movimentação dos preços do agronegócio: “para o milho, por exemplo, as relações de troca estão quase 25 sacas/t abaixo da média histórica da Argus, que é de 62 saca/t para Sorriso/Rondonópolis desde seu início, em dezembro de 2014”.

Apesar das altas recordes dos fertilizantes, de acordo com a empresa “os preços dos grãos estão ultrapassando os aumentos dos fertilizantes. No início de fevereiro, a ureia atingiu o nível médio mais alto desde fevereiro de 2014; no entanto, o preço médio do milho na bolsa de Chicago em fevereiro foi o mais alto desde julho de 2013.”

De acordo com dados da Fecoagro/RS, está previsto para o milho um aumento de 31,6% nos custos totais, chegando a R$ 6,6 mil por hectare, considerando um rendimento de 160 sacas por hectare. 

O investimento para plantar um hectare de milho aumentará 27,4%, chegando a R$ 4,5 mil. A Fecoagro/RS levou em conta os dados levantados junto às cooperativas e o preço do milho na primeira semana de maio (R$ 88).

Soja

Além do milho, produtores de soja também podem se beneficiar da melhora na relação de troca para a safra 2021/22. No caso da soja, o cenário só não é melhor devido ao preço médio do fosfato monoamônico (MAP), principal fertilizante para a soja que registra maior alta desde agosto de 2012.

Os dados da Fecoagro/RS para soja revelam que os custos totais para a produção da leguminosa no Rio Grande do Sul – terceiro maior produtor do país – vão aumentar 31,8%, chegando a R$ 4,8 mil por hectare. 

Em relação ao investimento, o aumento será de 30%, chegando a R$ 3,1 mil por hectare considerando a produtividade de 60 sacas por hectare. A estimativa foi feita com base no preço da soja na primeira semana de maio (R$ 165).

“É um cenário altamente favorável, com possibilidades de ganho muito boas, porque os preços dos produtos subiram mais do que os dos insumos. Temos que torcer para termos um clima favorável e para que o mercado não caia”, afirmou o presidente da Fecoagro/RS, Paulo Pires.  

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Fonte: Argus, Avicultura Industrial.

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