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Carne bovina do Brasil certificada até o dia 3 de setembro poderá entrar no mercado chinês, de acordo com decisão divulgada pela Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc), nesta terça-feira (23). A medida representa uma suspensão parcial do embargo promovido pelo gigante asiático há 80 dias.
A liberação deve beneficiar os produtos que se encontram presos pela alfândega chinesa, que foram embarcados antes da suspensão voluntária de exportações pelo Brasil por conta da detecção de dois casos atípicos do “mal da vaca louca” em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG), em 4 de setembro.
O protocolo sanitário do acordo comercial entre Brasil e China prevê que as vendas de carne devem ser interrompidas até que um laboratório internacional investigue o caso. Apesar da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) considerar que a proteína brasileira é segura para o consumo humano, os chineses não haviam retomado às importações de carne bovina.
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Parceria comercial
O Brasil exporta quase 2 milhões de toneladas de carne bovina por ano. Quase metade desse volume tem como destino o mercado chinês. Dessa maneira, o embargo afetou substancialmente os embarques brasileiros e provocou apreensão entre a cadeia produtiva da pecuária.
Em outubro, o volume exportado da proteína foi de 108,6 mil toneladas, uma redução de 43% em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). O faturamento com os embarques recuaram para US$ 541,6 milhões no período, uma redução anual de 31%.
Diante do cenário, parte do que não foi embarcado para o mercado chinês foi direcionado para os Estados Unidos. Isso gerou uma reação dos pecuaristas norte-americanos, que chegaram a pedir ao governo dos EUA a suspensão de importação da entrada da carne in natura do Brasil.
Previsão de retomada
Desde o final de setembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) busca negociar com as autoridades chinesas a retomada das exportações. Como a carne bovina brasileira representa 40% das importações da China, a expectativa inicial era de que a interrupção durasse apenas algumas semanas.
A ministra Tereza Cristina comemorou a suspensão parcial do embargo em declaração a jornalistas na porta do Mapa. “Agora temos o próximo passo, que é liberar a carne brasileira daqui para frente”, disse. A liberação total da carne bovina brasileira pelos chineses deve acontecer em dezembro, de acordo com a expectativa da ministra.
Fonte: Estadão, Agência Brasil.