COP26: preço de petróleo deverá despencar nos próximos 15 anos

8 de novembro de 2021 3 mins. de leitura
Corte no financiamento de combustíveis fósseis anunciado por países durante a COP26 deverá acelerar queda na cotação internacional do barril de petróleo

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A cotação do barril de petróleo superou a marca de US$ 80 no mercado internacional, um recorde. Com isso, uma série de produtos derivados do combustível fóssil, desde o diesel e gasolina até insumos agrícolas, têm ficado mais caros, pressionando os custos do agronegócio e a inflação mundial.

No entanto, a alta da commodity não deverá durar muito, de acordo com pesquisa divulgada pela revista científica Nature. Metade dos combustíveis fósseis do mundo deverá ser desnecessária em 2036, o que deve derrubar o preço do barril para US$ 35. Isso provocará uma crise financeira nas empresas ligadas à cadeia petrolífera, que deverão ver seus lucros caírem.

A grande responsável pela queda de demanda pelo combustível fóssil é a alteração da matriz energética mundial. Por conta das mudanças climáticas provocadas pela aceleração do aquecimento global, empresas, governos e a sociedade civil estão empenhados em substituir a utilização de produtos derivados de petróleo.

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Compromissos na COP26

Estudo aponta que preço do petróleo deve cair por conta da mudança global de matriz energética. (Fonte: Maxx-Studio/Shutterstock/Reprodução)
Estudo aponta que preço do petróleo deve cair por conta da mudança global de matriz energética. (Fonte: Maxx-Studio/Shutterstock/Reprodução)

A redução no uso de combustíveis fósseis deverá ser impulsionada pelos acordos firmados durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26). Mais de 70 países se comprometeram a abandonar o carvão, responsável pela geração de 37% da eletricidade no mundo, e adotar energias limpas.

Os Estados Unidos e outros 19 países foram além e também prometeram interromper o financiamento público para os combustíveis fósseis, inclusive o petróleo, e direcionar os recursos para projetos de energia verde até o final de 2022. O acordo também incluiu instituições financeiras como o Banco Europeu de Investimento e o Banco de Desenvolvimento da África.

Uma média de US$ 423 bilhões de fundos públicos são direcionados anualmente para subsidiar combustíveis fósseis, de acordo com Relatório de Emissões do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Esses recursos são um grande empecilho para o alcance de limitação do aumento da temperatura global até o final do século.

Energia limpa no agronegócio

Agronegócio brasileiro pode ser beneficiado com o maior uso de energia limpa. (Fonte: Scharfsinn/Shutterstock/Reprodução)
Agronegócio brasileiro pode ser beneficiado com o maior uso de energia limpa. (Fonte: Scharfsinn/Shutterstock/Reprodução)

O petróleo é a matéria-prima para os principais insumos utilizados no agronegócio. Os produtos derivados do combustível fóssil estão presentes nos defensivos agrícolas, nas embalagens plásticas, nas mangueiras e elementos hidráulicos de sistema de irrigação, nas lonas para transporte, estocagem, secagem e proteção, no diesel, entre tantos outros.

Dessa forma, a substituição da commodity provocará uma mudança substancial na cadeia produtiva agropecuária, mas também oferecerá uma série de oportunidades para os produtores rurais. Algumas delas, como a maior utilização do biocombustível e a geração de energia limpa renovável a partir de resíduos, já conseguem gerar lucro no campo.

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Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU), Dia de Campo.

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