Como ficam as fusões e as aquisições no agronegócio em 2021?

14 de abril de 2021 3 mins. de leitura
No fim de 2020, o agronegócio viu operações de aquisição e fusão diminuírem o ritmo por conta das incertezas provocadas pela pandemia

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O agronegócio brasileiro teve uma desaceleração na quantidade de operações de fusão e aquisição (M&A) no último trimestre de 2020, segundo pesquisa da consultoria KPMG. Na comparação com 2019, houve diminuição de 27,5% nesse tipo de transação devido às incertezas geradas pela crise sanitária.

Apesar do agravamento da situação no Brasil e da imposição de medidas restritivas para conter a pandemia interferirem nas operações de M&A, o mercado confia na retomada e no crescimento de aquisições e fusões ao longo de 2021.

Compradores estão interessados no acesso às informações estratégicas sobre produtores, em especial em relação à evolução das lavouras. Com isso, investidores podem definir o mercado de seus produtos, fidelizar clientes e diminuir os riscos de crédito, além de planejar a compra de grãos.

Principais aquisições de 2020

Empresas agrícolas brasileiras atraem investidores nacionais e internacionais. (Fonte: Shutterstock/maxsattana/Reprodução)
Empresas agrícolas brasileiras atraem investidores nacionais e internacionais. (Fonte: Shutterstock/maxsattana/Reprodução)

Ao longo de 2020, o segmento de distribuição de insumos agrícolas foi o principal mercado para fusões e aquisições no agronegócio. Ainda assim, empresas agropecuárias brasileiras de tecnologia e com atuação no setor financeiro atraíram o interesse de gestores de investimentos e holdings.

A companhia de investimentos Tarpon assumiu o controle majoritário da Agrivalle, a maior produtora brasileira de insumos biológicos agrícolas, por R$ 160 milhões. No setor de distribuição de insumos, os destaques vão para a aquisição da Central Agrícola (RO) pela Pátria Investimentos, da Boa Vista (MS) pela AgroGalaxy e da Agrosema Comercial Agrícola (SP) pela canadense Nutrien.

A AgroBee (SP), plataforma que conecta produtores e apicultores, recebeu recursos da AgroVen, venture capital brasileira, enquanto a resseguradora francesa Scor anunciou a aquisição da AgroBrasil, operadora de seguro agrícola de Porto Alegre (RS) que também atua com gerenciamento de riscos.

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Perspectivas para M&A no agronegócio em 2021

Operações de M&A devem crescer em 2021. (Fonte: Shutterstock/89stocker/Reprodução)
Operações de M&A devem crescer em 2021. (Fonte: Shutterstock/89stocker/Reprodução)

A tendência para 2021, entretanto, é de reaquecimento do setor, em especial na área da distribuição de insumos. A importância do setor agropecuário na balança comercial brasileira, a manutenção de rentabilidade do mercado e a baixa concentração das empresas formam um cenário atrativo para grandes players irem às compras. Além disso, a característica familiar das empresas e os baixos níveis de administração e governança ampliam a margem de negociação e atraem a atenção de investidores.

Distribuidoras e revendedoras de insumos continuam como as principais empresas do agronegócio e devem atrair investimentos. Ainda assim, a evolução do setor dependerá da recuperação da economia após a retração causada pela pandemia e da capacidade de o Brasil manter a inflação sob controle e avançar com a agenda de reformas e modernização do setor agrícola.

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Fonte: Estadão, Legislação e Mercados, PricewaterhouseCoopers. 

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