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Clima: instabilidade das chuvas causa problemas de Norte a Sul

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O clima instável em 2021, reflexo da ocorrência do fenômeno La Niña, afetou o agronegócio em todo o País. O principal problema dos produtores foi o regime de chuvas que ficou desequilibrado em várias localidades. Na Região Norte e partes do Centro-Oeste choveu acima da média, em alguns lugares até com volumes preocupantes de precipitação, e no Sudeste e Sul faltou chuva. Algumas partes dos Estados do Sul, de São Paulo e Minas Gerais também foram afetadas por geadas.

Para 2022, espera-se um comportamento parecido no primeiro trimestre, que ainda terá influência do fenômeno. 

Prejuízos no Paraná

Um dos Estados mais afetados pelas intempéries climáticas de 2021 foi o Paraná. O secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, confirmou a veículos de comunicação, a quebra da safra de verão 2021/22 e prejuízos que somam R$ 16,84 bilhões.

O estado é o segundo maior produtor de soja do País e viu na oleaginosa as maiores perdas. A safra foi 37,8% menor do que o estimado — algumas regiões mais afetadas chegaram a perder 60% da produção. De 21 milhões de toneladas esperadas, quase 8 milhões foram perdidas. Só com a soja o prejuízo calculado foi de R$ 14,35 bilhões.

O milho da primeira safra foi uma das culturas mais afetadas pelo clima no Brasil, especialmente no Paraná. (Fonte: Pexels/Reprodução)

O milho da primeira safra teve uma perda proporcionalmente maior, com a perda de pouco mais de 42% da safra. Foram colhidas apenas 2,42 milhões de toneladas das 4,2 milhões estimadas. O prejuízo chegou a R$ 1,59 bilhão.

Além desses principais prejuízos, o Paraná viu a sua safra de feijão sofrer uma perda de 18% do estimado (49.654 toneladas, prejuízo de R$ 193,7 milhões). Outras produções afetadas foram as de silagem, leite, hortaliças, laranja, tabaco, pastagens e batata.

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Início da Safra 2021/2022

A safra 2021/22 teve um começo delicado em várias regiões do Brasil. Com a chegada da primavera vieram as chuvas, e os altos volumes prejudicaram algumas plantações. Novembro marcou situações de tromba-d’água e excesso de chuvas que prejudicaram as plantações de soja no Centro-Oeste, Bahia e na região do Matopiba.

Em dezembro as chuvas continuaram acima da média na maior parte do País. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou os volumes de chuva no mês: no Nordeste, especialmente na Bahia, a situação foi delicada, com um volume acima de 600 milímetros, o que acarretou fortes alagamentos. No Norte, os acumulados de chuva ficaram entre 200 mm e 400 mm. O Sudeste marcou médias entre 300 mm e 550 mm, com um dezembro chuvoso, especialmente em Minas Gerais. Apenas o Sul do País teve chuvas abaixo da média, com um volume de 130 mm registrados no mês.

Previsões para 2022

A tendência do clima de 2021 deve continuar neste ano, mas bem mais amena. Existe a probabilidade de 80% do fenômeno La Niña continuar no primeiro trimestre, podendo se estender até o mês de maio.

O La Niña afeta os regimes de chuva em todo o mundo, vários países foram atingidos por alagamentos. (Fonte: Pexels/Reprodução)

A irregularidade na distribuição das chuvas continuará sendo o maior desafio em 2022. Os volumes esperados devem estar próximos da média histórica (menos no Sul, onde a previsão é pouco abaixo da média), porém as chuvas devem se concentrar em poucos dias depois de maiores períodos de estiagem. Esse comportamento do clima tende a afetar principalmente as culturas de inverno.

Fonte: Segs, Jornal USP, Sicredi.

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