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As temperaturas frias no Sul e no Sudeste do Brasil durante junho afetaram negativamente o consumo de citros. O aumento da oferta das laranjas e a baixa procura cooperaram para a queda dos preços e, durante a última semana de junho, o preço médio da caixa de 40,8 quilogramas de laranja-pera era R$ 35,23 — uma queda de 0,7% em relação à semana anterior.
O movimento de baixo consumo durante o frio repetiu o que havia ocorrido durante maio, quando foram registradas frentes frias em todo o País. Com o aumento da oferta da fruta e a chegada do inverno, os citros tiveram os preços limitados.
Enquanto isso, a comercialização da tangerina poncã se aproxima do fim no Estado de São Paulo. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), tanto em São Paulo quanto em Minas Gerais, a produção do fruto foi boa e bem distribuída ao longo dos meses.
Porém, o consumo não foi alavancado em 2022, pois o prolongamento do clima frio e as restrições econômicas do País foram citados como os principais motivos para a procura abaixo do esperado pelo fruto.
Os produtores da tangerina poncã se mostraram preocupados com o aumento expressivo dos insumos e o impacto no preço da produção. Com isso, os preços de junho aumentaram e ficaram na média de R$ 33,43 pela caixa de 27 quilogramas — 18,3% maior do que em junho de 2021.
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Dados da safra 2021/2022
A safra de laranja 2021/2022 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, encerrada no final de março, foi 10,61% menor do que o esperado.
A região produziu um total de 262,97 milhões de caixas de 40,8 quilogramas, com quebra de 31,20 milhões de caixas na estimativa. Os dados são do levantamento divulgado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
Embora tenha sido um ciclo de bienalidade positiva, as intempéries climáticas afetaram o volume produzido e a qualidade dos frutos. A redução das chuvas e a ocorrência de geadas de alta intensidade contribuíram para a queda prematura de alguns frutos, que fizeram falta na colheita. A queda da produtividade dos pomares fez a safra ser 2,11% menor em relação à anterior.
Apesar da safra menor, a citricultura registrou um crescimento na geração de empregos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).
A atividade contratou 27.890 trabalhadores nos nove primeiros meses de safra, entre julho de 2021 e abril de 2022. O número mostra um crescimento de 20,6% das oportunidades em comparação com a safra anterior.
Expectativas para a safra 2022/23
Para a safra 2022/2023, uma grande melhora é esperada. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou a estimativa de 414,4 milhões de caixas de 40,8 quilogramas até o fim de março de 2023. Caso isso seja confirmado, o volume será 15,2% maior do que a safra encerrada neste ano, em que a produção nacional atingiu 359,7 milhões de caixas.
Apenas no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, a Fundecitrus estima uma produção de 316,95 milhões de caixas. Se confirmado, a região produzirá 20,5% a mais do que na safra anterior e 1% a mais do que a média das últimas dez safras. Estima-se também que o Brasil terá uma área de 614,1 mil hectares de laranja em 2022, 1,6% a mais do que em 2021.
Fonte: Cepea/Esalq, Portal do Agronegócio.