Um ciclone extratropical provocará pancadas de chuva com raios no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil com início na última quarta-feira (03). Alguns modelos meteorológicos indicam que o fenômeno apresenta características de ciclone bomba, fenômeno que ocorre quando há uma queda de pressão maior ou igual a 24 hPa em 24 horas.
Com isso, a instabilidade climática deve ser alta. Áreas dos três estados da Região Sul e parte do Mato Grosso do Sul devem sofrer fortes temporais nos próximos dias. As rajadas de vento podem chegar a 100 quilômetros por hora no Rio Grande do Sul e a 80 quilômetros por hora em Santa Catarina.
Chuvas torrenciais devem atingir também todo o estado de São Paulo, Sul do Rio de Janeiro, Centro-Sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro. O clima deve continuar instável até sábado, quando o fenômeno perde força ao se afastar da costa para o interior do oceano, fazendo as temperaturas caírem, dando uma trégua ao calor do verão.
Ciclone e chuva geram riscos para o agronegócio
Desde janeiro, essas regiões estão recebendo um volume grande de precipitação, o que deixa o solo encharcado. Nesse contexto, a ocorrência de chuvas torrenciais gera grandes riscos para o agronegócio, como deslizamento de terras e alagamento de lavouras.
Mas os possíveis prejuízos não param aí. O ciclone, mesmo que esteja sobre o oceano, deve impedir a realização de atividades no campo por conta da instabilidade climática gerada. A ventania e as chuvas torrenciais devem deixar mais lentas as atividades de embarque da safra em portos da Região Sul. Chuva de granizo e o excesso de precipitações podem prejudicar especialmente a colheita da safra de soja, o desenvolvimento de plantação de arroz e o início do plantio de milho, de trigo e de algodão.
Como se preparar para o ciclone?
A influência de ciclones extratropicais são eventos relativamente comuns no Brasil, em especial durante o verão. Por esse motivo, os agricultores podem se preparar com antecedência e reduzir as possíveis perdas nas lavouras.
O método de rotação de culturas pode reduzir em até 80% os deslizamentos de terra por erosão do solo, segundo um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A técnica consiste em alternar espécies plantadas em uma mesma área agrícola para o fortalecimento do solo.
Os deslizamentos podem ser evitados também com o replantio ou a preservação da mata ciliar. A vegetação que fica às margens dos rios é fundamental para que as plantas sirvam de barreira natural para as enchentes e evitem desmoronamentos.
Mesmo com todos os cuidados, as perdas ainda podem ocorrer por fatores climáticos mais intensos. O prejuízo pode ser evitado com a contratação de um seguro agrícola, que pode cobrir danos na plantação, em benfeitorias e equipamentos. As indenizações pagas podem garantir os recursos financeiros para a continuidade das atividades agrícolas.
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Fonte: Clima Tempo, Tempo.com, Tecmundo.