Lavouras de amendoim contribuem para enriquecer o solo e controlar a infestação de pragas em áreas de cana-de-açúcar
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O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e deve produzir 628 milhões de toneladas do produto na safra 2021/2022, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na temporada, os canaviais devem ocupar mais de 8 milhões de hectares, sendo metade das lavouras concentradas no Estado de São Paulo.
Os canaviais paulistas também têm produtividade maior que a média nacional. Na safra anterior, as lavouras do estado produziram 79 toneladas por hectare, enquanto a produtividade nacional ficou em 76 mil toneladas por hectare. A qualidade do solo, as condições climáticas favoráveis e pesquisas são apontadas como fatores que contribuem para o desempenho.
Entre as técnicas utilizadas pelos paulistas para melhorar o canavial, está a rotação da cana com o amendoim. São Paulo é o maior produtor brasileiro do grão, respondendo por 90% da colheita nacional, e quase a totalidade das lavouras paulistas de amendoim está localizada em áreas de renovação dos canaviais.
O uso contínuo do solo no ciclo de produção de cana-de-açúcar provoca degradação física, química e biológica do substrato, ocasionando queda de produtividade e propiciando condições favoráveis para a presença de doenças, pragas e plantas daninhas. A reforma do canavial tem custo relativamente alto, mas pode ser substituída por alternativas mais econômicas.
Nesse contexto, o cultivo de amendoim em áreas de renovação da cana-de-açúcar possibilita uma série de benefícios agronômicos e financeiros para o setor sucroalcooleiro. O grão contribui para a conservação, a recuperação do solo e o controle de pragas, elevando a produtividade dos canaviais.
A cultura do amendoim tem baixa exigência de fertilidade do solo, mas é rica em nitrogênio e em outros nutrientes que são fornecidos ao solo por meio da palhada. Além disso, a leguminosa contribui para evitar a erosão do solo durante o período de chuvas mais volumosas, pois tem sistema radicular bem desenvolvido.
A lavoura da oleaginosa também é resistente a pragas e contribui para reduzir significativamente a infestação de nematoides nas áreas de plantio, vermes que podem provocar perdas de até 50% da produtividade dos canaviais. Além disso, o grão contribui para o controle de plantas daninhas durante o plantio da cana.
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O preparo do solo para a implantação do amendoim é desenvolvido, geralmente, por gradagem pesada para eliminar vegetações anteriores, aração profunda para descompactar o solo e uso de uma grade niveladora para incorporar corretivos e nivelar o terreno para o plantio.
O cultivo deve ser realizado a partir da necessidade do produtor, em especial quanto ao tempo de colheita. A cultivar de porte ereto tem ciclo de 90 dias, enquanto a de porte rasteiro tem ciclo de cerca de 120 dias a 140 dias.
O plantio nas áreas de reforma dos canaviais é realizado entre setembro e novembro, época de precipitações volumosas. A temperatura entre 20°C e 30°C é propícia para o desenvolvimento da oleaginosa, e o arranquio deve ser realizado com o solo úmido, mas não encharcado. Assim, a colheita ideal do amendoim acontece após cerca de três dias de sol.
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Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Grupo Cultivar, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Centro Universitário Católico Salesiano (UniSalesiano).