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A segunda estimativa da safra 2021/22, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estima uma produção de 592 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O valor representa uma redução de 9,5% em comparação à safra anterior.
Apesar da alta nos preços de etanol e açúcar, a área destinada ao plantio foi reduzida. Nesta safra foram plantados 8.234 mil hectares, uma queda de 4,3% em relação à temporada anterior. A diminuição da área teve influência indireta da concorrência dos cultivos de soja e milho, que ganharam ótima rentabilidade.
Outro motivo para a diminuição do volume é a queda de produtividade. A Conab estima que serão produzidos, em média, 71.821 kg/ha, um rendimento 5,5% menor em relação ao ciclo anterior. Isso é efeito da estiagem durante o ciclo produtivo dos canaviais e das baixas temperaturas ocorridas em junho e julho de 2021, especialmente na Região Centro-Sul.
Produção de etanol e açúcar
O menor volume de cana-de-açúcar afetará os derivados do produto. A expectativa da Conab é que sejam produzidas 36,9 milhões de toneladas de açúcar, um número 10,5% menor do que o registrado na safra 20/21.
A estimativa para o total de etanol produzido, considerando a cana e o milho, é de 29,22 bilhões de litros, um recuo de 10,8% quando comparado à safra 20/21. Destes, 25,86 bilhões de litros serão produzidos a partir da cana, um volume 13,1% inferior à temporada passada.
A produção do etanol anidro de cana-de-açúcar, misturado à gasolina, alcançará 9,84 bilhões de litros, uma alta de 5,6% no comparativo de safras. Para o hidratado, a estimativa é de 16,02 bilhões de litros, um recuo de 21,6% frente à temporada anterior.
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Balanço das exportações
Nos primeiros quatro meses da safra 21/22, o Brasil exportou cerca de 9,5 milhões de toneladas de açúcar, uma diminuição de 6,1% em relação ao ciclo passado. A queda mais expressiva foi registrada em julho, quando o País embarcou 2,4 milhões de toneladas de açúcar, uma redução de 25% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Apesar disso, o volume exportado na temporada até o momento está acima da média embarcada em igual período das últimas cinco safras, que gira em torno de 8,4 milhões de toneladas de açúcar. É importante lembrar que foi registrado um recorde de exportação na safra 20/21, quando o Brasil atingiu a marca de 32,2 milhões de toneladas embarcadas.
No caso do etanol, o País acumulou a exportação de 691,1 milhões de litros de abril a julho de 2021. Além da limitação causada pelas adversidades climáticas, o embarque do produto foi prejudicado pela valorização do açúcar nos mercados doméstico e internacional.
Expectativas de preço
De acordo com fontes do mercado, os preços de etanol deverão ficar em patamares mais elevados que os da safra anterior, como reflexo do aumento de preços da gasolina e do aumento da mobilidade na economia, causado pela recuperação dos efeitos da pandemia.
As incertezas sobre a oferta futura fizeram o preço médio do açúcar ultrapassar a marca de 18 centavos de dólar por libra-peso em julho na Bolsa de Nova York, após uma alta de 3,1% em julho. A valorização do açúcar no mercado internacional, associada à valorização do dólar no Brasil, deve manter as exportações de açúcar em patamares elevados na safra 21/22.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).