Café: a importância do vazio sanitário para a produtividade - Summit Agro

Café: a importância do vazio sanitário para a produtividade

25 de julho de 2020 3 mins. de leitura

O vazio sanitário inclui a eliminação dos restos de café da lavoura, os quais podem estimular a disseminação de pragas

Publicidade

Quer impulsionar seus negócios? Se inscreva no Summit Agronegócio, evento que reúne os maiores especialistas em agro do País.

***

Além dos pesticidas, um ponto essencial para o controle de pragas nas lavouras de café é o vazio sanitário, prática que já é muito difundida em culturas de soja e feijão e consiste em um período de “limpeza” do solo, eliminando qualquer resquício que possa estimular o surgimento e a disseminação de pragas. Há alguns anos, especialistas e federações de produtores têm defendido cada vez mais a implementação do vazio sanitário nos cafezais como forma mais natural de controle de pestes.

Prática já é bastante difundida em outras culturas (Fonte: Unsplash)plantio de café
Prática já é bastante difundida em outras culturas. (Fonte: Unsplash)

Nessa cultura, o principal objetivo da prática é evitar a disseminação da broca-do-café, um tipo de besouro que se aloja e se desenvolve dentro dos grãos, geralmente entre julho e setembro, já no fim da colheita. Quando adulto, ele sai para depositar seus ovos em outros grãos, contaminando a safra seguinte. Em muitos casos, isso é capaz de comprometer culturas inteiras, causando grandes prejuízos.

De acordo com dados divulgados pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, essa praga pode causar redução de 20% no peso do café, além de diminuir a qualidade dos grãos e o lucro dos produtores. Em vista disso, desde 2017, a instituição tem feito campanhas junto a seus associados para difundir a prática do vazio sanitário e conter a broca-do-café.

Como funciona o vazio sanitário nos cafezais

O princípio da prática é simples: recolher o máximo possível de grãos de café remanescentes, para que a praga não tenha onde se alojar. Isso pode ser um problema, especialmente, em lavouras mecanizadas, pois as máquinas tendem a deixar um número maior de sobras do que a colheita manual. A situação se agrava quando a época da praga, entre julho e setembro, é chuvosa.

É necessário recolher o máximo possível de grãos, das plantas e do solo (Fonte: Unsplash)muda de café
É necessário recolher o máximo possível de grãos, das plantas e do solo. (Fonte: Unsplash)

Por isso, recomenda-se um repasse detalhado nas plantas e a varrição do solo com métodos manuais ou mecanizados, visando recolher o máximo possível de grãos. É interessante observar que o vazio sanitário nos cafezais é diferente de outras culturas, como a soja, em que é necessário deixar o solo totalmente limpo, tirando até mesmo as plantas; para os cafeicultores, é preciso apenas retirar os grãos que sobrarem.

Compreende-se que fazer o repasse e a varrição em toda a lavoura pode representar um custo para os produtores, porém os grãos retirados podem ser comercializados. Mesmo que eles tenham uma qualidade menor, a venda pode ser suficiente para cobrir os gastos com o recolhimento.

Além disso, na medida em que o método auxilia no manejo de pragas na lavoura, diminui a necessidade de outros sistemas de controle e os custos de produção. Em resumo, é um investimento que traz retorno em produtividade e qualidade.

Quer ficar por dentro das novidades do agro? O Summit Agronegócio reúne especialistas e autoridades para discutir os temas mais relevantes do setor, como sustentabilidade, fruticultura, seguros, SIF, agroquímicos e abastecimento. Faça parte da evolução do agro e participe do evento mais completo do setor. Para saber mais, é só clicar aqui!

Fonte: Pioneer Sementes, Federação dos Cafeicultores do Cerrado e BASF.

Webstories