Café: demanda global aumenta em 2022

28 de junho de 2022 4 mins. de leitura
Apesar da continuidade do conflito no leste europeu e da diminuição das importações da Rússia, demanda global por café cresce no 1º trimestre

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O banco holandês Rabobank divulgou um relatório sobre a demanda global por café no primeiro trimestre de 2022. Segundo a instituição, houve um aumento na procura pela commodity, mas o número ainda é pequeno em relação aos níveis pré-pandêmicos.

O relatório do banco aponta que há um crescimento de 0,6% na demanda em relação ao primeiro trimestre de 2020, mas, em relação a 2021, a demanda é bem superior em diversos países: no Reino Unido, cresceu 9%; nos Estados Unidos, 4,6% e, no Japão, 5,1%.

Entre os países que devem ter as importações reduzidas nos próximos meses estão a China, a Rússia e a Ucrânia. A China deve reduzir as compras devido às novas exigências locais de lockdown. Já os países envolvidos no conflito do leste europeu devem continuar com dificuldade de importações, o Rabobank projeta que a Rússia e a Ucrânia terão demandas 25% e 50% menores no próximo trimestre, respectivamente.

Com as análises do banco holandês, estima-se que a balança global da oferta de café passe de um déficit de 5,1 milhões de sacas de 60 quilos, observado entre outubro e setembro da safra 2021/2022, para um superávit de 1,7 milhão de sacas na safra 2022/2023.

Apesar da recuperação menor do que a esperada em alguns dos principais países produtores de café, a balança global de oferta e demanda deve voltar a ter superávit em 2022. (Fonte: Shutterstock/REprodução)
Apesar da recuperação menor do que a esperada em alguns dos principais países produtores de café, a balança global de oferta e demanda deve voltar a ter superávit em 2022. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Situação do café no Brasil

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu a estimativa da safra de café de 2022 para 53,4 milhões de sacas. O volume é 5,7 milhões de sacas superior ao do ciclo passado, mas ainda é menor do que o esperado.

A cultura do café ocorre em ciclos bienais, um ano com maior florada e um com menor. A produção deste ano deve ser 15,3% inferior em comparação a 2020, a dificuldade na recuperação da cultura se deve às perdas nas plantações ocorridas em razão das estiagens e geadas, principalmente em Minas Gerais, em São Paulo e no Paraná.

Segundo a Conab, em 2020 a produtividade do café-arábica alcançou 32,21 sacas por hectare e, para este ano, a estimativa é de 24,66 sacas por hectare. Devido à queda da produção, as exportações no acumulado do ano estão menores.

Entre janeiro e abril de 2022, o Brasil exportou 13,58 milhões de sacas, 10,6% a menos do que no mesmo período de 2021. Os preços elevados, porém, fizeram que a receita crescesse de US$ 2,008 bilhões, em 2021, para US$ 3,138 bilhões neste ano. Os dados são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

As exportações do café solúvel brasileiro marcam queda de 4,7% no primeiro quadrimestre do ano, e a principal razão foi a interrupção das importações russas — que é o segundo maior comprador, atrás apenas dos Estados Unidos.

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Preços devem continuar em alta

Com o aumento da demanda, uma estimativa de recuperação menor do que a esperada no Brasil e a expectativa de queda na safra na Colômbia, que sofre com o excesso de chuva, os preços da commodity devem se manter em patamares elevados.

Inflação e diminuição do poder de compra do brasileiro deve manter o preço alto da commoditie. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Inflação e diminuição do poder de compra do brasileiro deve manter o preço alto da commodity. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

No mercado interno brasileiro, a diminuição dos estoques e do poder de compra no País devem cooperar para que os preços continuem elevados no varejo.

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Fonte: Agência Brasil, Rabobank Brasil, Money Times

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