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Nas últimas décadas, a área produtiva do café brasileiro foi reduzida em 27%. Apesar disso, a colheita do grão mais que dobrou no período, resultado do aumento da média da produtividade da cafeicultura brasileira, que saltou de 8 sacas/hectare em 1997 para 31,6 sacas/hectare em 2020.
Para 2021, o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção de café no Brasil deva ficar entre 43,8 milhões de sacas e 49,5 milhões de sacas de 60 quilos, em uma área de 1,76 milhão de hectares. A área produtiva é a menor desde 1997, quando foram utilizados 2,4 milhões de hectares para colher 18,9 milhões de sacas.
O aumento da eficiência na produção fez o Brasil quase dobrar a sua participação no mercado global nos últimos 25 anos, saindo de 19% para 34%, de acordo com a Organização Internacional do Café (OIC).
Tecnologia no café
Com um cenário de consumo mundial em franca expansão, a demanda global de café deverá ter um crescimento médio anual próximo de 2%, o que elevará as atuais 168,39 milhões de sacas em 2020 para 205 milhões em 2030, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Para acompanhar o ritmo do consumo, os cafeicultores utilizam tecnologias para melhorar o grão desde o cultivo até a colheita. Técnicas de manejo e ferramentas como máquinas, drones e sensores reduzem a necessidade de mão de obra e ampliam a escala do trabalho.
Ao mesmo tempo, ações direcionadas à sustentabilidade resultam em um aumento da eficiência da gestão, com economia de insumos, preservação de solo e água, além de certificação por meio do Programa Cafés Sustentáveis do Brasil, realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
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Estresse hídrico controlado
Com a cafeicultura irrigada, é possível otimizar fatores de produção como arranjo de plantas, fertilização e aplicação de água, de modo a obter alta produtividade e qualidade do produto. O estresse hídrico controlado, por exemplo, produz 75 sacas beneficiadas por hectare, com produto de melhor qualidade e expressivo valor no mercado. A técnica consiste em suspender a irrigação na estação seca do ano durante um período de 72 dias, para sincronizar e uniformizar a florada e a maturação.
Como resultado, esse processo tecnológico permite a obtenção de 85% a 95% de frutos cerejas no momento da colheita, maximizando a produção de cafés especiais, de maior valor de mercado. A técnica garante ainda a redução de 20% a 10% de grãos malformados e de 40% na operação de máquinas. Além disso, a tecnologia quando associada a outras práticas culturais reduz os custos de produção das lavouras, com economia de mais de 30% da água e da energia usadas na irrigação.
Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Consórcio Pesquisa Café, Tecnologia no Campo.