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Alimentos: veja 5 fatores que fomentam o aumento de preço em 2022

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Os alimentos da cesta básica tiveram um aumento de preço acima da inflação entre fevereiro de 2019 e o mesmo mês de 2022, segundo Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Nos últimos três anos, os produtos básicos subiram 48,5% em São Paulo, frente a 21,5% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado. As commodities, como soja, café, açúcar e carne, registraram as maiores altas.

Apesar disso, uma série de fatores internos e externos deve continuar pressionando o valor dos alimentos, mas isso não significa um crescimento das margens de lucro para o agronegócio. Entenda o cenário para 2022.

1. Fatores climáticos

Seca acentuada provocou prejuízos nas lavouras brasileiras por dois anos. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O fenômeno La Niña impactou no clima global nos últimos dois anos. No Brasil, estiagem, geadas e excesso de chuvas prejudicaram o setor agropecuário e provocaram duas quebras de safra de milho na Região Sul. Para 2022, o fenômeno deve perder força, mas continuará influenciando o clima.

Por isso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu em 10% a estimativa de produção da safra 2021/2022 de grãos no levantamento de março de 2022 em comparação a outubro do ano passado. Com menos grãos disponíveis, a tendência é de aumentar o preço em toda a cadeia do agronegócio.

2. Mercado global por commodities

A população mundial deve alcançar 9,6 bilhões em 2050, conforme projeção da Organização das Nações Unidas (ONU), o que significa um crescimento de 23% frente a 7,8 bilhões de pessoas que vivem no planeta hoje.

Esse aumento populacional deve garantir uma alta da demanda por alimentos a longo prazo, o que contribui para pressionar os preços. Com a valorização no mercado global e o câmbio desfavorável ao Real, os produtores brasileiros tendem a exportar mais, restringindo a oferta doméstica.

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3. Ruptura na cadeia de insumos

Brasil procura solução para crise dos fertilizantes antes da eclosão da guerra na Ucrânia. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A cadeia global de insumos estava em um equilíbrio frágil antes da pandemia de covid-19. Com a crise sanitária, a estabilidade foi rompida. O suprimento de fertilizantes também foi atingido por fatores geopolíticos nos principais países produtores, como China, Rússia e Belarus.

Com uma alta dependência de importação dos insumos, a tendência é de elevação de custos para o produtor brasileiro. Em maior ou menor grau, a alta é repassada para os outros elos produtivos até chegar aos consumidores finais.

4. Crise energética

A falta de chuvas no Brasil provocou uma crise hídrica em 2021. Isso se refletiu em uma menor geração de energia hidrelétrica e o aumento dos custos pela eletricidade, o que impacta todos os setores da economia.

A crise energética, contudo, não é exclusividade dos brasileiros. A retomada econômica provocou uma alta da demanda global por energia. Além disso, a China enfrenta dificuldades particulares para mudar a sua matriz energética, com forte dependência do carvão, cada vez mais indesejado por conta das emissões de carbono.

5. Efeito cascata da guerra

A guerra na Ucrânia provocada pela Rússia adiciona mais pressão em um setor já fragilizado. O conflito amplifica os efeitos causados pelos fatores relatados anteriormente. Alguns produtos, como gás natural, fertilizantes e trigo, já estão mais caros.

Mesmo os produtos agrícolas consumidos ou exportados por países que não se relacionam diretamente com as nações envolvidas no conflito serão afetados por um efeito cascata provocado pelo confronto no Leste Europeu.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião e explicação dos nossos parceiros especialistas em agronegócio.

Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Organização das Nações Unidas (ONU), FDR, Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese).

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