Sistema financeiro adota medidas para ajudar agronegócio na crise

22 de abril de 2020 3 mins. de leitura
Quase R$ 35 bilhões devem ser liberados pelo sistema financeiro para socorrer agronegócio em meio à pandemia

O agronegócio deve crescer 3,8% em 2020, mesmo com os efeitos da crise provocada pela pandemia do coronavírus, de acordo com avaliação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O setor é estratégico para a recuperação da economia brasileira e deve receber a injeção de quase R$ 35 bilhões do sistema financeiro para combater os efeitos da covid-19 na cadeia produtiva.

Apesar disso, o Ipea afirma que ainda é cedo para avaliar os reais impactos da crise no agronegócio. A retomada do mercado chinês gera uma boa expectativa, uma vez que o país é o principal destino das exportações agropecuárias brasileiras. No entanto, é preciso estar atento ao mercado interno, no qual pode haver uma substituição do consumo de carnes mais caras por proteínas de preços mais baixos, entre outras mudanças de comportamento do consumidor.

Prorrogação de dívidas para micro e pequenas empresas

(Fonte: Shutterstock)

Os cinco maiores bancos brasileiros anunciaram a prorrogação de dívidas por até 60 dias para micro e pequenas empresas, inclusive do crédito rural. Para tanto, os interessados devem estar com os empréstimos em dia e procurar a instituição bancária responsável. Essa medida vale para Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander — cada um, entretanto, define as próprias regras quanto ao adiamento dos pagamentos.

Outras instituições financeiras também estão oferecendo a repactuação dos empréstimos. No Banco do Nordeste, a prorrogação emergencial de financiamentos agrícolas pode ser realizada por até seis meses. O Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) orientou as afiliadas a adiarem por 60 dias as parcelas a vencer e reestruturarem as operações dos segmentos afetados pela crise; as medidas incluem a concessão de crédito com condições de prazo e taxas melhores.

Ao aderir às propostas, o produtor rural deve ficar atento às condições da prorrogação de pagamento, principalmente se o banco está propondo também a suspensão da cobrança de juros durante o período.

Liberação de novos recursos financeiros

(Fonte: Shutterstock)

Os bancos públicos devem injetar novos recursos financeiros no setor de agronegócio para diminuir os efeitos da crise provocada pelo coronavírus. Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco do Nordeste vão liberar quase R$ 35 bilhões em empréstimos e programas de custeio.

O Banco do Brasil ampliou a linha de financiamento para o agronegócio em R$ 25 bilhões. O financiamento à produção terá mais R$ 15 bilhões em crédito; as linhas de comercialização, R$ 5 bilhões; o capital de giro, mais R$ 3 bilhões; e as linhas de investimento, R$ 2 bilhões.

A Caixa deve liberar R$ 5,2 bilhões para o custeio do ano da safra 2020/2021. O banco também reduziu taxas para a contratação de empréstimos destinados a custeio e investimento para agroindústrias, cooperativas e demais produtores.

O Banco do Nordeste deve liberar R$ 4,4 bilhões entre abril e setembro para operações de crédito de custeio. A instituição anunciou, ainda, a diminuição das tarifas cobradas, de acordo com o porte dos clientes.

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Fonte: Agência Brasil e Caixa.

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