Muitas cabeças de gado foram perdidas no incêndio, então a solução para os australianos pode ser a carne brasileira
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Os incêndios que atingiram a Austrália no fim de 2019 e começo de 2020 causaram grandes danos ao país. Uma das frentes que mais sofreu foi a pecuária, com a perda de, aproximadamente, cem mil cabeças de gado. A tragédia, entretanto, pode favorecer a exportação de carne bovina brasileira para China, Indonésia, Estados Unidos e Japão.
Segundo estimativas da Federação Nacional de Fazendeiros, que foi divulgada pela imprensa local, uma área de 6,3 milhões de hectares foi queimada desde setembro de 2019. Mas o país da Oceania já vinha perdendo a competitividade no mercado de carnes de corte desde o começo do ano passado, por conta de uma grande seca.
Após o desastre, as atenções dos fazendeiros e das autoridades estão em recuperar os estragos e tentar estimar o tamanho real das perdas. Dessa maneira, a Austrália se afasta um pouco do mercado de exportação de carne.
Por consequência dessa situação, a relação entre o Brasil e a China deve ficar ainda melhor. A importação de carne suína nacional já é um destaque após os casos de peste suína africana que atingiram o país asiático, a África e a Polônia. Mas a carne bovina também é benquista na China. Hong Kong foi o principal destino desse produto no ano passado, tendo comprado, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), 45,31% das exportações do Brasil.
A exportação de carne de boi brasileira deve receber uma impulsão em 2020, pois o país asiático, em 2019, foi o que mais importou carne de gado da Oceania. Segundo a Associação de Carne e Pecuária da Austrália, a China comprou mais de 300 mil toneladas do produto australiano no ano passado.
A Indonésia é um mercado importante para a exportação de carne Halal e perdeu um grande fornecedor com as queimadas na Austrália, que era o principal fornecedor, responsável por cerca de 40% do total importado pelos indonésios. Esse é um papel que o Brasil poderia exercer.
A religião indonésia é predominante muçulmana, e os praticantes só se alimentam de gado caso o criador tenha seguido as regras do Halal. Entre as particularidades se destaca uma forma específica de abate, que deve ser feito por meio de um corte que atinja jugular, traqueia e esôfago do animal.
Além da China e da Indonésia, outros importantes clientes da carne de corte australiana podem voltar suas atenções para o Brasil, como Estados Unidos e Japão, e o País tem tratativas para a negociação da abertura de mercado com ambas as nações. A demanda para suprir o espaço deixado pela Austrália nesses mercados pode acelerar o processo de exportação da carne bovina brasileira para essas localidades.
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Fontes: Portal DBO; Giro do Boi